As mães portuguesas procuram a internet, sobretudo, para colocar questões sobre maternidade (19,92%), saúde (18,82%) e alimentação (16,82%), revela o estudo “Papel das mães como decisoras no ato de compra”, divulgado esta quarta-feira pela agência de comunicação de marketing UP Partner. “Muito mais ativas” do que as mães espanholas na internet, estão online para “esclarecer dúvidas de forma mais espontânea e verdadeira”, segundo Inês Valente Rosa, responsável do departamento de consumer intelligence da agência.
Sobre as suas preocupações, a responsável revela que não estão ajustadas àquilo que o mercado oferece e que as marcas devem estar atentas às suas necessidades. “Há muita preocupação com a saúde nos sites sociais, mas não vemos essa preocupação retratada nos sites de mercado, como empresas ou meios de comunicação social. Percebemos que há aqui um buraco, algo que não está a funcionar”, acrescenta.
Os grandes interesses das mães portuguesas ‘online’ passam, sobretudo, pelos bébés e pelas crianças.
O estudo, que marca o lançamento do My Observer em Portugal, a ferramenta que quer ajudar as marcas a transformar o ruído na internet em negócio, concluiu que os grandes interesses das mães portuguesas online passam, sobretudo, pelos bébés e crianças. Na internet, falam sobre as suas experiências e procuram esclarecer dúvidas. “Trazem o offline para o online“, explicou Inês Valente Rosa ao Observador.
Comparativamente a Espanha, os dados permitiram concluir que o mercado português está mais dentro do conteúdo do que o espanhol, que se foca mais na publicidade. O fenómeno dá-se, sobretudo, no universo dos blogues. “A partir destas conclusões, as empresas podem afinar as suas estratégias e ir ao encontro das reais necessidades das consumidoras. É esta a mais-valia”, explica a responsável.
Dentro dos sites sociais, os blogues são o local preferido (73,22%) para partilhar experiências e procurar soluções.
O estudo teve como base a procura de palavras-chave na internet em sites de mercado, como empresas e meios de comunicação social, e sociais, como blogues, fóruns ou redes sociais. No total, foram recolhidas mais de 29,7 mil menções às mães. Apesar de existirem mais sites de mercado (62,11%) ligados ao tema e do que os sociais (37,89%), o número de menções recolhidas para análise foi idêntico, cerca de 50%. Dentro dos sites sociais, os blogues são o local preferido (73,22%) para partilhar experiências e procurar soluções.
O objetivo da plataforma My Observer é o de “ir a tudo o que existe na internet, classificar o conteúdo e retirar as informações que são válidas” para tratamento dos dados, explicou Miguel Trigo, responsável pela área digital da UP Partner durante a apresentação. Conceição Pinheiro, diretora comercial, acrescentou que a ferramenta permite saber quais são as necessidades reais dos consumidores. “É um software que alarga o espectro de pesquisa e que, através de uma análise semântica, permite-nos segmentar a informação e obter uma análise suficientemente robusta e segura para poder ajudar a tomar decisões”, revela.
As redes sociais são um dos alvos de pesquisa da plataforma, que quer ajudar as empresas a canalizar os seus esforços de comunicação para as coisas que os consumidores procuram.
O objetivo é o de “ouvir” as pessoas quando elas estão “descontraídas”, quando dizem o que pensam, explica a diretora comercial. As redes sociais são um dos alvos de pesquisa da plataforma, que quer ajudar as empresas a canalizar os seus esforços de comunicação para as coisas que os consumidores procuram, fazendo uma triagem da informação e analisando semanticamente os dados.
“Durante estes 25 anos, sempre procurámos conhecer o consumidor para ajudarmos os nossos clientes a fazer vendas de forma sustentada”, explica Conceição Pinheiro. As atenções viraram-se agora para o online, porque “faz parte do dia-a-dia dos consumidores”. Daqui partiu a aposta no My Observer, que promete transformar o ruído na internet em negócio.