Ora chove, ora faz sol. Ora estão 20º C, ora 40º C. Por muito que estas oscilações no clima nos deixem intrigados, não são assim tão estranhas para os técnicos de meteorologia. “Portugal tem uma grande variablidade, nunca há dois anos iguais”, diz ao Observador Paula Leitão, meteorologista de serviço, no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De Lisboa para sul, o dia começou enevoado. Os ventos do quadrante sul, vindos do lado do oceano, trouxeram um ambiente fresco e húmido que condicionou a formação de neblina matinal, explica Paula Leitão. “Mas vamos ter uma tarde de Sol.” Aliás, no Alentejo, mais do que em Lisboa, a neblina está a levantar rapidamente.

“Não é tão frequente, nesta atura do ano, a região sul ter uma entrada de ar marítimo”, refere a meteorologista. Mas também não é nada totalmente anómalo. As oscilações de temperatura são frequentes na primavera porque é uma época de transição. Acontecem mesmo durante o verão, na faixa costeira ocidental, onde pode acontecer que, de um dia para o outro, a temperatura desça cerca de 10º C devido à entrada de uma massa de ar marítima.

O vento vindo do mar é húmido e forma nuvens, enquanto o vento que vem de terra é seco. A direção dos ventos, especialmente dos ventos fracos, pode variar ao longo do dia e ser diferente nas várias regiões do país. Porto, Bragança e Coimbra tiveram esta terça-feira a influência de ventos do quadrante leste, por isso não sofreram com a neblina que atingiu a zona sul do país e mantiveram as temperaturas elevadas.

Trás-os-montes vai mesmo manter ou subir as temperaturas nos próximos dois dias. Já o resto do país vai assistir a uma descida da temperatura, principal na região litoral e sul. O verão vai mesmo começar com aguaceiros. “Não acontece todos os anos, mas acontece com alguma frequência”, diz Paula Leitão.

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