A Comissão Política Distrital do PS Braga aprovou uma “recomendação” para que seja agendado um congresso nacional e marcadas “diretas” com 44 votos a favor e dois contra, depois de elementos afetos a António José Seguro terem abandonado os trabalhos.

Em declarações à agência Lusa, fonte daquele órgão, ligada ao atual secretário-geral do PS, explicou que a reunião “começou bem”, mas que “foi instalada a confusão” quando o presidente da mesa, Mesquita Machado, “forçou” a votação da referida recomendação, que não constava na ordem de trabalhos pelo que alguns membros consideraram a votação “ilegal” tendo sido por isso que abandonaram a sala.

Dos 80 membros com direito a voto, 44 membros votaram favoravelmente a que a Comissão Politica da distrital bracarense “recomenda-se” ao secretário-geral do partido a realização de um congresso nacional e marcação de eleições diretas para discutir a liderança do partido, 2 membros votaram contra e os restantes elementos presentes na reunião abandonaram a sala por considerarem “ilegal” aquela “manobra” dos apoiantes de António Costa.

Já fonte ligada a António Costa afirmou à Lusa que a “recomendação” aprovada vinha “no seguimento da análise da situação interna” do PS, ponto único na ordem de trabalhos, pelo que “fazia todo o sentido” que fosse analisada.

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Segundo a primeira fonte, “dar o nome de recomendação não passou de uma manobra para tentar tornar legal algo que não o é porque não estava incluído na ordem de trabalhos e a ser incluído tinha que ser por unanimidade, o que não aconteceu”.

A reunião socialista, relatou, “estava a correr calmamente e debatiam-se ideias quando o presidente da mesa aludiu a uma suposta recomendação assinada por 44 membros da comissão forçando que fosse votada”.

A fonte explanou que após Mesquita Machado ter lido teor da “recomendação” e “depois de muita confusão e da reunião ter ficado caótica”, “muitos levantaram-se e abandonaram” a sala em sinal de protesto contra aquilo que consideraram uma “ilegalidade”.

Para a fonte ligada a António Costa, “os camaradas que optaram por não participar na votação fizeram uma opção que lhes é permitida mas de realçar é que mais de metade dos membros com direito a voto nesta comissão aprovaram a recomendação”.

No total, são 80 os membros com direito a voto sendo que estavam presentes, no início dos trabalhos, 78 mas, segundo referiu a esta fonte, “quando se colocou a questão de solicitar as diretas e o congresso já alguns elementos tinham deixado a reunião devido ao adiantado da hora”.

A “recomendação” aprovada não tem caráter vinculativo.

“Não obriga a nada, não vincula. Mas é a manifestação do sentir e do pensar da maioria desta Comissão Politica e isso tem que ter peso”, finalizou aquele apoiante de António Costa.