Fernando Leal da Costa, secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde Paulo Macedo, afirmou que a Ordem dos Médicos “têm tido uma deriva sindical” e que devido a isso tem “abandonado o papel ético-normativo que lhe compete”, em entrevista ao jornal Público, neste domingo.

Está marcada uma greve dos médicos para os próximos dias 8 e 9 de Julho, e vários dirigentes da Ordem dos Médicos já alegaram publicamente não ter razões para confiar no ministério. “A Ordem dos médicos não é uma organização sindical, tem havido alguma confusão. Em particular, alguns dos seus corpos dirigentes têm tido uma deriva sindical, o que significa que o país passou a ter três sindicatos médicos [em vez de dois]. Mais preocupada de fazer trabalho de natureza sindical, tem abandonado o papel ético-normativo que lhe compete”, afirmou o secretário de Estado Adjunto, o único médico na equipa do Ministério da Saúde.

Na mesma entrevista, Fernando Leal da Costa explicou que o futuro da medicina em Portugal deve passar mais pela prevenção e que a lei do tabaco “é uma lei mal feita”. “Os portugueses estão a fumar menos, mas não tanto como gostaríamos”, afirmou.

Relativamente à intenção de agravar a fiscalidade de produtos com excesso de sal e de açúcar, vinda a público em Maio deste ano, e que teve uma reação de grande de desagrado pelo ministro da Economia, Pires de Lima, Fernando Leal da Costa afirmou que se mantém a intenção de estudar essa hipótese. “O que disse é que a medida merecia ser estudada, até porque há alguma evidência de que, em países como o nosso, em que valor de IVA é alto, é mais eficaz desagravar a fiscalidade sobre os produtos mais saudáveis do que agravar a fiscalidade sobre produtos menos saudáveis”, defendeu.

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