O YouTube vai passar a pagar por direitos de autor a quem colocar vídeos nesta rede social. O YouTube e a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) anunciaram, esta segunda-feira, um acordo que prevê novas receitas financeiras para os criadores de música, compositores e autores portugueses e internacionais que integram a SPA.
Os titulares desses direitos irão receber uma comissão, paga com as receitas geradas pelos anúncios que o YouTube colocar no início dos vídeos portugueses.
“A partir de agora os autores e detentores de direitos que fazem parte da SPA podem rentabilizar os seus conteúdos na plataforma. Haverá publicidade de vários formatos nos vídeos”, explicou a SPA ao Observador. A associação não adianta, no entanto, os valores negociados ou as percentagens das comissões.
“Com esta nova fonte de receita, os detentores de direitos da SPA irão também beneficiar economicamente pela utilização das suas criações em termos de audiovisual e de vídeos de música nos serviços do YouTube. Chegar a um acordo com o YouTube é um marco que cria novas oportunidades para os nossos detentores de direitos”, afirma José Jorge Letria, presidente do Conselho de Administração da SPA, em comunicado de imprensa.
“Estamos extremamente satisfeitos com um acordo com a SPA e os seus artistas musicais. Este acordo irá promover a criação de música portuguesa e permitir aos artistas, compositores e autores receberem rendimentos pelos seus vídeos no YouTube”, afirma no mesmo comunicado Christophe Muller, diretor de Parcerias Globais de Música do YouTube.
A SPA considera que pode ser um incentivo “à criação e ao desenvolvimento musical”. Para além disso, o YouTube “é uma vantagem para que milhões de pessoas em todo o mundo possam dar a conhecer o seu trabalho”, disse a mesma fonte ao Observador.
Os artistas detentores de direitos que não fazem parte da SPA também podem receber comissões do YouTube. Para isso, tem de fazer parte do “YouTube Partner Program”.
Em maio, a SPA anunciou ter chegado a acordo com o YouTube sobre direitos gerados nesta rede social, depois de “um longo e difícil processo negocial”. As negociações permitiram “aumentar em 120% o valor mínimo garantido por ano” de pagamento por direitos de autor à SPA.