Sem falar na sua própria candidatura, excepto quando confrontado com a preferência de Pires de Lima, Marcelo Rebelo de Sousa disse que esta semana mostrou que “está aí muita gente para Belém” e que vai haver “primárias curiosas” à direita para suceder a Cavaco. À esquerda, o candidato para Marcelo é definitivamente Guterres e à direita tanto Rio como Santana têm apoios, embora o professor considere que o ex-autarca do Porto leva avanço sobre o provedor da Santa Casa.

No início do comentário semanal na TVI, Marcelo começou por falar de Cavaco Silva que completou na semana passada 75 anos. Disse que o seu poder tem vindo a diminuir, mas lembrou o que fez do Presidente da República um dos políticos mais presentes nos 40 anos de democracia em Portugal: a sua forma física – o professor relembrou uma reunião em que Cavaco fez flexões no seu gabinete -, a sua “grande capacidade de afirmação pessoal”, ter-se apresentado como “anti-político”, ter sido o primeiro a “utilizar a economia para governar” e ter sabido “aproveitar a televisão”. Acima de tudo soube “sempre planear a prazo” a sua carreira política.

“O primeiro populista foi Cavaco Silva” afirmou Marcelo sobre a capacidade de Cavaco de proferir frases que ficaram na memória dos portugueses.

Quanto às presidenciais, houve silêncio em causa própria – exceto para dizer que o apoio de Pires de Lima não é formal, já que o ministro da Economia não é um homem do aparelho -, mas não houve reserva em apontar outros candidatos. “Guterres é o candidato de esquerda. Costa utiliza um trunfo nacional contra Seguro. É um ticket muito forte”, disse o professor sobre a indicação de António Costa na sua entrevista deste domingo ao Público, uma posição que na opinião de Marcelo, Seguro não conseguiu contrapor.

Já à direita – e tirando-se da luta -, indicou tanto Rui Rio como Santana Lopes para sucederem a Cavaco. Marcelo diz que Rui Rio se tem mostrado disponível e é apoiado pelo CDS, como reforçou Nuno Melo, vice-presidente do partido, enquanto Santana é o preferido da direção. “Há aspetos fundamentais em termos de coligação e um deles é as presidenciais” conclui Marcelo, antecipando “primárias curiosas”. Tudo vai depender segundo comentador, das sondagens de popularidade, que agora dariam vantagem a Rio, mas que daqui a nove meses, ninguém sabe.

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