A segurança vai ser reforçada em Ferguson, depois de mais uma noite de intensos confrontos com a polícia. Segundo avança a BBC, o estado norte-americano do Missouri vai enviar reforços da Guarda Nacional para aquela cidade nos arredores de St. Louis, devido à escalada de tensão da última noite entre manifestantes e agentes da polícia. Os protestos duram há uma semana, depois de um jovem negro, de 18 anos, ter sido morto a tiro pela polícia.

De acordo com a cadeia britânica de televisão, o governador do Estado do Missouri, Jay Nixon, assinou uma ordem executiva de envio da Guarda Nacional para o local “para ajudar a restaurar a paz e a ordem e para proteger os cidadãos de Ferguson”.

“Devido a estes atos de violência deliberados e coordenados contra pessoas e propriedades em Ferguson, estou a enviar homens e mulheres altamente capacitados da Guarda Nacional do Missouri para restaurarem a paz e a ordem nesta comunidade”, disse Jay Nixon em comunicado.

O que é a Guarda Nacional?

  • Grupo de reserva organizado pelo Exército e pela Força Aérea norte-americana;
  • Todos os Estados norte-americanos têm uma Guarda Nacional;
  • Pode ser chamada pelos governadores dos Estados durante situações de emergência, incluindo motins ou desastres naturais;
  • As unidades também podem ser chamadas ao serviço ativo pelo próprio presidente dos EUA em caso de emergência nacional;
  • O alistamento na Guarda Nacional é voluntário.

A noite de domingo foi uma das mais violentas desde que começaram os protestos contra os abusos de autoridade e a violência racial, que se reacenderam no Missouri depois da morte do jovem Michael Brown. De acordo com a CNN, a tensão escalou depois de conhecidos os resultados da autópsia independente, que dá conta de que o jovem foi baleado seis vezes.

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O cenário ficou mais negro esta noite, a segunda de confrontos abertos entre polícia e manifestantes. Os relatos que chegam à imprensa internacional mostram que a polícia usou gás lacrimogéneo contra uma multidão de centenas de manifestantes, onde se incluíam crianças, que marchavam em direção a um centro de comando da polícia depois da hora de recolher obrigatório.

Mas de acordo com o comandante, Ron Johnson, a resposta policial foi necessária uma vez que, diz o chefe da polícia local, os atos de vandalismo que estão a manchar as manifestações pacíficas contra a morte de Michael Brown são “atos planeados” e não “simples desobediência civil”. “Com base nestas condições, não tivemos outra alternativa senão intensificar o nível de resposta”, disse.

A polícia de St. Louis alega que vários manifestantes atiraram cocktails Molotov contra as autoridades antes da reposta com gás lacrimogéneo, que teria surgido como “única alternativa possível”, mas as narrativas divergem. Segundo uma manifestante ouvida pela CNN, Lisha Williams, “tudo o que fizemos foi marchar em direção ao centro de comando”, diz, acrescentando que os manifestantes pretendiam apenas “pôr-se de joelhos e dizer ‘não disparem’, mas eles começaram a disparar”.

No sábado, o governador tinha decretado recolher obrigatório, mas tanto nessa noite como na noite de domingo, os manifestantes não quiseram respeitar a ordem de recolhimento e continuaram a manifestar-se contra aquilo que dizem ser violência racial.