Os Estados Unidos vão iniciar, em setembro, ensaios clínicos de uma vacina experimental contra o vírus do ébola, que assola quatro países da África Ocidental, anunciou esta quinta-feira o Instituto Americano da Saúde (NIH, sigla em inglês). Os testes, que arrancam em setembro com 40 voluntários saudáveis no Reino Unido, Gâmbia e Mali, e que deverão estar concluídos no final deste ano, inserem-se no quadro de um projeto levado a cabo por um consórcio internacional financiado pela Associação britânica Wellcome Trust.

De acordo com o último balanço concluído na terça-feira e hoje publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 1.552 pessoas morreram vítimas do vírus Ébola, num universo de 3.069 casos diagnosticados na Guiné Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. A epidemia é “uma emergência de saúde pública”, pelo que “uma vacina segura e eficaz seria uma importante ferramenta complementar para a prevenção da infeção”, disse o diretor do Instituto Americano de Alergias e Doenças Infeciosas, pertencente ao NIH, Anthony Fauci.

A comunidade científica ainda não descobriu medicamento ou vacina para o Ébola. O estudo clínico a ser realizado próxima semana no NIH, em Bethesda, Maryland, perto da capital Washington vai incluir três primeiros voluntários, mas, no total, 20 adultos com idade entre 20 e 50 anos serão recrutados nos Estados Unidos.

Já no Reino Unido, uma equipa de pesquisadores de Oxford vai trabalhar com 60 voluntários saudáveis, disse Anthony Fauci. Em comunicado hoje divulgado, a organização britânica considerou que “a concessão de 2,8 milhões de libras (3, 5 milhões de euros) permitirá que uma equipe liderada pelo professor Adrian Hill, do Instituto Jenner na Universidade de Oxford, comece a testar a vacina em paralelo com testes similares” nos Estados Unidos.

O financiamento concedido pelo Wellcome Trust, organismo pertencente ao Conselho de Pesquisa Médica e do Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID), também vai permitir o fabrico de 10 mil doses adicionais de vacina, refere a mesma nota. “Se os testes forem bem-sucedidos, os ´stock` de vacinas poderia ser assim imediatamente disponibilizados à OMS”, assegurou a Wellcome Trust. Recentemente, o Centro de Controle e Prevenção (CDC), dos Estados Unidos, iniciou discussões com o Ministério da Saúde da Nigéria para realizar um estudo clínico de fase 1 em voluntários saudáveis naquele país.

Na semana passada, uma equipa de investigadores canadianos garantiu ter salvado macacos infetados com o vírus de Marburgo, após três dias de medicação contra a febre hemorrágica que é relacionada com o vírus do Ébola, segundo a revista Science Transnational Medicine.

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