O conselho de administração da Espírito Santo Saúde (ESS) considera “aceitável” a oferta registada sexta-feira pela Fidelidade, controlada pelos chineses da Fosun. A opinião dos administradores, expressa em comunicado enviado ao regulador de mercado CMVM, é semelhante à outra proposta em cima da mesa para a aquisição das ações da gestora hospitalar em bolsa, a dos mexicanos do Grupo Ángeles Servicios de Salud (GASS).

A administração “é da opinião que a Oferta Concorrente Fidelidade é aceitável uma vez que se enquadra nos critérios de valorização do mercado”, à luz da subida dos títulos desde a estreia em bolsa, em fevereiro, do valor das empresas do mesmo setor e da análise dos bancos de investimento. A Fidelidade ofereceu sexta-feira 4,82 euros por ação numa oferta pública de aquisição (OPA) que começou esta segunda-feira e decorre até 10 de Outubro.  As ações fecharam segunda-feira a valer 4,916 euros.

O grupo de gestores “reconhece que esta oferta poderá ser geradora de valor”. Entre os pontos positivos, a administração aponta que “a conclusão com sucesso da mesma permite a criação de um núcleo acionista estável, o que se revela particularmente relevante numa altura em que o atual acionista maioritário se encontra numa situação de indefinição e incerteza”. Além disso, “existe um alinhamento estratégico entre a Fidelidade e a ESS, bem como uma visão de crescimento do negócio semelhante”. A Fidelidade “compromete-se com a manutenção dos ativos da ESS e com os compromissos assumidos com os diferentes ‘stakeholders'”, nota o conselho de administração.

Ainda assim, o conselho de administração salienta que “apesar de os documentos da oferta concorrente [da] Fidelidade salientarem a geração de determinados benefícios decorrentes da aquisição da ESS pela oferente, não fornecem qualquer informação quantificada relativamente às sinergias que essa mesma operação possa representar”.

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Sem alterações “significativas” para os trabalhadores

A questão das repercussões da oferta nos interesses dos trabalhadores também mereceu um ponto específico de análise. “O conselho de administração da ESS considera como fator crítico de qualquer oferta as repercussões desta nos interesses dos seus trabalhadores, em particular na estabilidade e nas condições de trabalho, bem como no seu desenvolvimento profissional”.

Assim, a ESS assinala que a Fidelidade “menciona que não está prevista a necessidade de alterar significativamente as condições de trabalho, nem antecipa a realocação de trabalhadores, no curto prazo, uma vez que é sua intenção continuar a operar e conduzir o negócio da ESS a partir das
instalações existentes”.