As vendas diretas de divisas do Banco Nacional de Angola (BNA) aos bancos comerciais subiram na última semana para 300 milhões de dólares (231 milhões de euros), mas o total negociado em setembro permanece em valores mínimos do ano.

De acordo com o relatório sobre a evolução dos mercados monetário e cambial relativo à semana de 22 a 26 de setembro, estas vendas de divisas aumentaram face ao período anterior, em que se cifraram em 198,9 milhões de dólares (155 milhões de euros).

Foram realizadas a uma taxa de câmbio média de referência do mercado cambial interbancário de 98,419 kwanzas por cada dólar, uma descida de 0,16 por cento, face à semana anterior.

Em quatro semanas de setembro, estas vendas somam, no total, mais de mil milhões de dólares (830 milhões de euros), metade do total do mês de agosto.

As vendas de divisas pelo BNA estavam a cifrar-se, nos últimos meses, em cerca de 500 milhões de dólares por semana, segundo dados oficiais compilados pela Lusa.

Esta quebra na venda de divisas à banca comercial angolana em setembro coincide com a intenção do BNA de avançar com regulamentação determinando que as petrolíferas que operam no país sejam obrigadas a vender os dólares ao banco central e à taxa de câmbio de referência.

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A medida pretende impedir um desequilíbrio no sistema cambial nacional, travando as vendas de moeda estrangeira (dólares) por estas empresas aos bancos comerciais, centralizando a operação no BNA.

Desde maio último que o aumento nas vendas de divisas é justificado pelo BNA com as quebras nas receitas do setor petrolífero e consequências nas restantes operações, como dificuldades dos bancos em satisfazerem pedidos dos clientes para levantamentos em dólares, impondo limitações em alguns casos.

A nova Lei Cambial para o Setor Petrolífero e alterações nas regras de importação de dólares por parte dos bancos são também apontadas como estando na origem das dificuldades.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana a seguir à Nigéria, atividade que representa mais de 90 por cento das receitas fiscais angolanas.