“Os republicanos são negros”. “Os republicanos leem o New York Times em público”. “Os republicanos têm tatuagens e barba”. Esta semana, o Partido Republicano dos Estados Unidos, GOP, tentou quebrar algumas ideias feitas relativamente aos seus militantes e à sua base de apoio numa campanha que afirma a diversidade dessa base. A ideia era mostrar que mesmo entre os conservadores há quem leia um jornal tradicionalmente associado ao Partido Democrata, ou conduza carros amigos do ambiente.
Mas o site The Daily Banter descobriu que, na verdade, as pessoas que aparecem no vídeo são modelos fotografados para bases de dados fotográficas, tendo já aparecido noutras campanhas publicitárias.
Como esta mulher, que no vídeo surge como uma republicana negra, mas cujo rosto já foi usado para promover clones virtuais, cupões para óculos, empréstimos imediatos, ou a Associação de Advogadas Negras da Geórgia:
À New Republic, Vinny Minchillo, que trabalhou na campanha presidencial de Mitt Romney, disse que o vídeo foi feito com o objetivo de travar as críticas violentas que, considera, são feitas ao Partido Republicano. “Já me chamaram todos os nomes. Tornou-se socialmente aceitável falar de republicanos da pior forma possível e isso não me parece correto. Queríamos fazer isto para lembrar que os republicanos são amigos, vizinhos e que fazem coisas que alguns não esperam que eles façam”.
Como escreve o Independent, não é a primeira vez que são utilizadas fotografias de arquivo em campanhas, mas, neste caso específico, em que o objetivo era estabelecer empatia, partindo da identidade dos apoiantes, talvez não tivesse sido má ideia encontrar republicanos negros, leitores do New York Times, amigos do ambiente, mas reais.