“Para a Frelimo, o processo decorreu de forma ordeira, pacífica e transparente. Os moçambicanos demonstraram muita maturidade neste processo”, disse quinta-feira à Lusa Damião José, porta-voz da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder.
“Algumas tentativas de perturbação do processo protagonizados por alguns cidadãos de má-fé nalguns pontos do país, no caso concreto de Angoche e Tsangano, em Tete, não põem em causa, no cômputo geral, o decurso normal deste processo”, acrescentou.
A Renamo tinha denunciado supostas irregularidades nas eleições gerais em Moçambique, incluindo enchimento de urnas, desaparecimento de cadernos, mesas de voto fechadas e intimidação de eleitores, e que levaram o maior partido de oposição a recusar o reconhecimento da votação.
Questionado pela Lusa, o porta-voz da Frelimo escusou-se a comentar as “declarações dos partidos da oposição”, assinalando que os pronunciamentos do partido no poder “serão feitas oportunamente, logo que os órgãos eleitorais divulgarem os resultados definitivos deste processo”.
“A postura da Frelimo é esta: não responde a provocações. Nós respeitamos e depositamos confiança nos órgãos competentes à luz da lei eleitoral, daí que dizemos que nós continuamos a fazer o acompanhamento da divulgação dos resultados preliminares até altura em que os órgãos eleitorais fizerem a divulgação final, ai sim, o nosso partido fará um pronunciamento”, afirmou Damião José.
Os mais recentes dados do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) sobre as eleições presidenciais em Moçambique indicam que o candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, lidera a contagem de votos, com 63,02%, contra 29,42% do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, quando estava apurado um quarto dos votos dos 11 círculos eleitorais.
O líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, posicionava-se na terceira posição em todos os círculos eleitorais com um total de 94.835 votos, o que corresponde a 7,5% do total escrutinado.
Damião José considerou os resultados preliminares “animadores, encorajadores”, mas insistiu que por não serem concludentes a Frelimo vai “aguardar serenamente” que os órgãos eleitorais se pronunciem em definitivo.
“Desde os primeiros momentos em que abraçamos este desafio de preparar estas eleições a nossa expetativa foi de vencer as eleições e esta expetativa aumenta cada vez mais à medida que vamos notando que os resultados preliminares apontam na direção certa, de vir a corresponder aquilo que sempre foi o nosso objetivo final: vencer”, afirmou.
Fonte do MDM assegurou à Lusa que esta formação política vai pronunciar-se sobre o processo de votação na sexta-feira em conferência a decorrer na cidade da Beira, onde reside o líder do partido, Daviz Simango.