Visitas guiadas há muitas. O que o jornal britânico Guardian reuniu foram os 10 passeios turísticos mais cool do mundo. Roteiros pela cultura geek presente em Tóquio, um mapa com as melhores pizzas de Brooklyn, pelos locais mais estranhos e alternativos de Berlim. No final da lista está o Porto, com um roteiro que deixa de fora os Clérigos e a Avenida dos Aliados, para incluir os vários edifícios degradados e abandonados que marcam a paisagem da cidade portuguesa.

O Porto está na moda. Mas entre a paisagem e o património tantas vezes elogiado, os arquitetos Pedro, Gui e Isabel decidiram criar “a pior agência de passeios do mundo (ou pelo menos da cidade)” para levar os turistas ao pior do centro do Porto: prédios degradados, edifícios mal tratados e em vias de abandono, associações com ameaça de despejo, erros urbanísticos.

O Guardian gostou do que viu e recomendou a The Worst Tours ao mundo. “Gerida por três arquitetos que se recusaram a deixar o Porto apesar da recessão (…), a Worst Tours leva os visitantes por bairros subdesenvolvidos, projetos habitacionais e áreas da cidade que ajudam a contar a história do urbanismo, das classes e das políticas da cidade”, pode ler-se no 10.º e último ponto da lista.

Quem quiser fazer uma das Worst Tours não precisa levar dinheiro (embora Pedro, Gui e Isabel aceitam doações). Obrigatório é levar sapatilhas (“ténis é um desporto”, como os guias explicam no site) e um Andante (bilhete recarregável para os transportes públicos locais). Na categoria de opcionais constam o guarda-chuva em dias cinzentos, uma “camisola quentinha”, uma máquina fotográfica e amigos que também queiram conhecer um Porto que não vem nos guias turísticos.

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