O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, disse esta quinta-feira que, apesar da oportunidade dada ao país e à região para efetuar investimentos ao nível de fundos comunitários, Portugal está “em risco de não a aproveitar por opção nacional”.

“Não obstante a enorme oportunidade que o Fundo de Coesão e o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional [FEDER] e o Acordo de Parceria [2014-2020] nos dão, para crescer com energia” e para “diminuir a fatura externa que Portugal paga com a energia, estamos em risco de não a aproveitar por opção nacional”, declarou o autarca socialista. António Costa, que é também o candidato do PS às próximas legislativas, discursava na conferência “Crescer com energia”, que reúne em Lisboa autarcas de França, Suécia e Reino Unido, no âmbito do encontro anual do grupo socialista do comité das regiões, que se realiza na sexta-feira.

Na mesma iniciativa, o responsável referiu que o Governo PSD/CDS está a “renunciar à oportunidade de fazer o investimento que era necessário fazer”. Em causa está a distribuição dos fundos comunitários no seguimento do Acordo de Parceria assinado com a União Europeia, em áreas como a mobilidade urbana, através de financiamento de projetos, e a melhoria da eficiência energética, na habitação e na prevenção de risco sísmico, através da reabilitação urbana.

No que toca à mobilidade urbana, António Costa indicou que foram atribuídos 132 milhões de euros para o conjunto do país e “apenas” 30 milhões para a Área Metropolitana de Lisboa. Para a eficiência energética, o Governo destinou 200 milhões de euros para o país e 30 milhões de euros para a Área Metropolitana de Lisboa, limitando os fundos para a intervenção social, acrescentou. Quanto à prevenção do risco sísmico, foram destinados 7,2 milhões de euros para o conjunto do país, valor que inclui ações de sensibilização e desenvolvimento de projetos-piloto, segundo António Costa, que não indicou o valor fixado para a região de Lisboa.

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O autarca socialista frisou que “a reabilitação urbana é algo que contribui para a melhoria da cidade e para a sua atratividade, para a qualidade de vida dos habitantes e para dinamizar o emprego, sobretudo num país onde a indústria da construção entrou em colapso há quatro anos e gerou milhares e milhares de desempregados”.

Também presente, o vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, referiu que um quinto dos edifícios na cidade foram construídos há mais de 100 anos e que 43% do total necessitam de obras de profunda reabilitação. Referindo-se à mobilidade urbana, o também responsável pela pasta da Reabilitação Urbana assinalou que “todos os dias entram em Lisboa mais pessoas do que aquelas que [ali] residem” e que “dois em cada três” veículos vêm de fora do município.

Desta forma, o autarca frisou que a Câmara de Lisboa tem uma “ambiciosa visão estratégica a implementar até 2024”, esperando que nessa altura “qualquer pessoa se possa deslocar em modos de transportes alternativos para qualquer lado da cidade, com conforto, segurança, rapidez e energeticamente eficiente”.