O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou esta segunda-feira que a Rússia vai reconhecer os resultados das legislativas de domingo na Ucrânia, vencidas pelos partidos pró-europeus.

“Creio que vamos reconhecer as eleições, porque, para nós, é muito importante que surjam finalmente na Ucrânia umas autoridades que não se dediquem a lutar umas contra as outras nem a arrastar a Ucrânia para leste ou oeste, mas aos autênticos problemas do país”, disse Lavrov, citado por agências russas.

O ministro russo disse-se convencido de que a Rússia encontrará um interlocutor no novo Governo e na nova Rada Suprema (parlamento).

A força mais importante na Rada será o Bloco de Petro Porochenko (o presidente ucraniano). É nosso parceiro e parceiro do nosso presidente” nas negociações para resolver o conflito no leste da Ucrânia, disse, sublinhando que Porochenko sempre se mostrou disposto a cumprir o acordo de cessar-fogo de 05 de setembro e o memorando de paz de 19 de setembro.

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Resultados oficiais parciais, relativos ao escrutínio de 55% dos votos, indicam que quase 70% dos votos foram em partidos favoráveis a uma aproximação da Ucrânia à União Europeia (UE).

Por outro lado, os resultados mostram também que Porochenko, eleito em maio à primeira volta, não vai poder governar sozinho e terá de se aliar com o primeiro-ministro, Arseni Iatseniuk.

O Bloco Petro Porochenko obteve até agora 21,6% dos votos, praticamente empatado com a Frente Popular de Iatseniuk, com 21,4%.

Em terceiro lugar surge o partido Samopomitch (11%) que, tal como a Frente Popular, defende firmeza face aos separatistas pró-russos do leste, mas não uma guerra.

Entre os partidos por vezes chamados “partidos da guerra” estão o Partido Radical (7,3%), do populista Oleg Liashko, e o Batkivshtshina (5,6%), da ex-primeira-ministra Iulia Timoshenko.

Os antigos aliados do presidente pró-russo deposto em fevereiro Viktor Ianukovitch, reunidos no Bloco da Oposição, obtiveram 9,8% e, pela primeira vez, o Partido Comunista, qualificado por Porochenko como “a quinta coluna” de Moscovo, não atingiu o limiar mínimo de 5% para entrar no parlamento.