No seguimento da notícia desta quarta-feira de que o IPO do Porto estará a adiar cirurgias oncológicas por falta de camas, o grupo parlamentar do PCP pediu ao Governo um pedido de esclarecimentos sobre o caso. Para os comunistas, a situação deve-se aos “fortes problemas de subfinanciamento crónico ao Serviço Nacional de Saúde” e de “carência de profissionais de saúde”.

“Que informações tem o Governo sobre a situação? Quantas cirurgias foram adiadas nos últimos meses? Quantas camas foram reduzidas nos últimos três anos no IPO do Porto? E que medidas vão ser tomadas pelo Governo no sentido de ultrapassar a situação?” São estas as perguntas que o PCP quer ver respondidas pelo Ministério da Saúde, na sequência das notícias vinculadas pelos media de que os doentes oncológicos estão a ser prejudicados por falta de recursos no IPO do Porto.

Os doentes mais afetados, segundo noticia a RTP, são os que sofrem de tumores na mama, próstata e aparelho digestivo. Para o PCP, a “impossibilidade de prestar os necessários cuidados de saúde aos doentes” é resultado dos “sucessivos cortes de financiamento ao SNS e da não contratação de profissionais de saúde”. O que empurra, diz o PCP, os portugueses para uma “morte prematura”.

Segundo o Diário de Notícias, além dos doentes com tumores na mama, próstata e aparelho digestivo, também a área da reconstrução mamária está com os maiores atrasos, sendo que a espera pela cirurgia pode ir até aos quatro anos.

Em declarações à RTP, o presidente do conselho de administração do IPO do Porto, Laranja Pontes, admitiu que as longas esperas se deviam a restrições orçamentais: “Não abro mais camas porque não tenho condições para isso”. E o problema poderá piorar devido à impossibilidade da instituição hospitalar contratar pessoal, por falta de autonomia. Para minimizar o problema das listas de espera, já foram retiradas camas aos cuidados paliativos.

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