O ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva admitiu, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, que o preço dos combustíveis vai aumentar cerca de quatro cêntimos no próximo ano, quando entrar em vigor a reforma da fiscalidade verde. O valor é contestado pela Galp, que prevê subidas entre cinco a sete cêntimos.
Do pacote de medidas atualmente em discussão constam três componentes: a taxa do carbono, com um impacto de 1,5 cêntimos; a contribuição rodoviária, que deverá pesar dois cêntimos; e a incorporação de biodiesel nos combustíveis, cujas contas ainda não estão feitas. Isto porque, diz o ministro, “não existem preços administrativos para o regime de biocombustíveis”, pelo que “não é razoável antecipar preços”. Ainda assim, “a haver alguma estimativa”, a de Jorge Moreira da Silva é a de que esta fatia trará “um aumento de 0,8 cêntimos na gasolina e não 2,5 cêntimos como tem sido dito pelas petrolíferas, e um aumento de 0,5 cêntimos no gasóleo e não de 1,2 cêntimos como tem sido dito pelas petrolíferas”.
Ou seja, feitas as contas, a fiscalidade verde traduzir-se-á no aumento de 4,3 cêntimos do preço da gasolina e de quatro cêntimos no gasóleo, segundo as contas do governante, que têm por base estudos da Entidade Nacional do Mercado de Combustíveis. “Eu penso que se as pessoas não mudarem de vida, não seremos competitivos”, comentou Moreira da Silva quando questionado sobre o potencial impacto desta subida de preços para a economia nacional.
Na segunda-feira passada, o presidente da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira criticou o Governo por, ao introduzir as medidas da fiscalidade verde, estar a causar um “afastamento dos preços dos combustíveis face a Espanha” na ordem dos 19 cêntimos, uma vez que, segundo as suas contas, a gasolina vai ficar 6,5 cêntimos mais cara, enquanto o gasóleo terá subidas de 5,1 cêntimos.