Marcelo Rebelo de Sousa não encontra melhor candidato do Partido Socialista à Presidência da República do que António Guterres. “Não acho ninguém”, disse o comentador no seu habitual espaço de opinião na TVI, dizendo que, caso Guterres venha a optar por não se candidatar, “é um grande vazio para António Costa”.
“Admito que se Guterres tiver um sinal – durante o ano de 2015 -, um sinal muito forte de pode ter apoios para a ser secretário-geral [da ONU], preferia isso a ser candidato presidencial”, considerou o professor. Este sábado, o semanário Expresso noticiou que o atual Alto Comissário das Nações Unidas para os refugiados recolhe já “o apoio de alguns países importantes” para uma eventual candidatura a secretário-geral da organização.
Isto porque, segundo Marcelo, António Guterres terá recebido sinais que indicam que o seu mandato como Alto Comissário para os Refugiados venha a ser “prorrogado até ao fim de 2015”, quando supostamente acabaria em março. E como as presidenciais são em 2016, estar nas Nações Unidas nessa altura “torna mais difícil avançar” para Belém. O que, comenta o professor, é um problema para a nova liderança do PS.
Entre os nomes potencialmente presidenciáveis, Marcelo aponta os de Carvalho da Silva, Sampaio da Nóvoa, Jaime Gama ou Luís Amado, mas “são televisão a preto e branco comparados com a televisão a cores de Guterres”, disse, acrescentando, no entanto, que “é prematuro especular sobre o que se vai passar”.
Na opinião de Marcelo, António Costa tem, para já, um outro problema a resolver: a colagem que a coligação pretende fazer entre o seu PS e o de Sócrates. No debate sobre o Orçamento do Estado, realizado na semana passada, os partidos da maioria usaram a estratégia de “tentar dizer que António Costa é Sócrates dois”, afirmou. Só que “o PS não está a perceber que isso é muito negativo” e “segue o caminho errado ao minimizar o vazio de ideias” de Costa até ao momento, advertiu.