O Irão está a planear aumentar impostos e cortar despesa para compensar o efeito negativo nas suas contas públicas da queda dos preços do petróleo, que já vão no seu valor mínimo em mais de quatro anos, anunciou o ministro do Petróleo do Irão.

Membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o Irão tem a quarta maior reserva de petróleo do mundo, e está também muito dependente das exportações de crude. Como o orçamento para este ano está feito tendo como base um preço do petróleo de 100 dólares por barril (está atualmente em cerca de 80 dólares), os iranianos veem-se obrigados a fazer cortes.

Desde junho, os preços já caíram 30%, e devem continuar a cair ainda mais durante o próximo ano segundo a Agência Internacional de Energia.

“O Irão planeia adotar uma política monetária mais restritiva no próximo ano e aumentar as receitas para compensar os efeitos da queda dos preços do petróleo”, disse o ministro Bijan Namdar Zanganeh, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O orçamento iraniano decorre durante o ano fiscal, que no Irão termina a 20 de março. Para o próximo ano fiscal, o Governo iraniano ainda não disse o que pensa fazer caso os preços se mantenham baixos.

Apesar de não dar detalhes sobre a evolução do orçamento deste ano, o Governo do Irão já fez saber que pretende usar parte do dinheiro que está no fundo soberano iraniano para continuar a avançar com os projetos relativos à produção de petróleo que já tem planeados.

Teerão estará ainda a ponderar adotar medidas, como membro da OPEP, para impedir mais quedas no preço do crude. O ministro do Petróleo da Venezuela, um dos países mais afetados pela queda nos preços, também irá visitar Terrão em breve para discutir uma proposta conjunta, que inclui também o Equador, para cortar a produção (e assim aumentar ou estabilizar os preços) entre os membros da organização.

A economia do Irão está em dificuldades não apenas devido aos baixos preços do petróleo, mas também devido às sanções aplicadas pela comunidade internacional, que estão contra o controverso programa nuclear iraniano.