A cidade de Chibok, no nordeste da Nigéria, caída nas mãos do grupo islamita Boko Haram na passada quinta-feira, foi retomada pelo exército e por milicianos locais, revelaram hoje responsáveis militares e locais à AFP.

Esta cidade do Estado de Borno esteve sob a atenção internacional devido ao rapto, em meados de abril, de 276 adolescentes por islamitas do Boko Haram, provocando uma vaga de indignação no mundo.

Chibok tinha caído nas mãos do Boko Haram na quinta-feira à tarde, após muitas horas de combates entre os islamitas e milicianos locais.

Num texto enviado à AFP, o porta-voz do exército, general Olajide Olaleye, declarou que “o exército recapturou Chibok às 18:30” de sábado.

“Estão em curso operações de limpeza, mas a cidade está segura”, acrescentou.

Pogu Bitrus, o chefe dos notáveis de Chibok, também anunciou à AFP que “desde as 17:00 de ontem (sábado) não há nenhum combatente do Boko Haram em Chibok”.

De acordo com Bitrus, que está em contacto com os milicianos no terreno, a cidade foi retomada no final de uma operação conjunta da milícia local e do exército.

“Os milicianos entraram em Chibok e os soldados permaneceram no exterior da cidade para capturar rebeldes que tentassem fugir”, precisou.

Apesar dos seus fracos meios logísticos, um grupo chamado de “Civilian JTF”, constituído por jovens reunidos em milícias para combater os islamitas, parece ter substituído o exército em muitas zonas do nordeste.

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Muitos habitantes afirmaram que o exército tinha fugido na quinta-feira à chegada dos assaltantes a Chibok, deixando os milicianos a combater sozinhos.

O grupo Boko Haram retomou o controlo de mais de duas dezenas de cidades e vilas no nordeste da Nigéria nos últimos meses.

A tomada de Chibok é altamente simbólica, porque as autoridades nigerianas foram muito criticadas nos meios internacionais pela falta de reação no momento do rapto das estudantes, das quais 219 estão ainda nas mãos dos islamitas.

As ações do Boko Haram provocaram mais de 10.000 mortos nos últimos cinco anos.