O Novo Banco propôs aos clientes uma solução relativa às aplicações feitas através da gestão discricionária de carteiras do BES, que passa pela constituição de depósitos a três e a 10 anos, revelaram à agência Lusa clientes do banco.
A solução, que foi aprovada pelo Banco de Portugal e pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), é semelhante à adotada há cerca de um mês e meio relativamente às séries comerciais e obrigações sobre títulos (OST), que foi aceite por mais de 90% dos clientes que detinham obrigações não subordinadas/dívida sénior do Banco Espírito Santo (BES).
Fonte oficial do Novo Banco confirmou à Lusa a apresentação desta alternativa aos seus clientes, que desde terça-feira têm vindo a ser contactados para o efeito.
Com estas duas medidas, mais de 50% dos clientes que tinham em mãos produtos vendidos pelo BES com limitações de liquidez, têm o problema solucionado, estando em causa mais de mil milhões de euros.
O cliente ao aceitar esta solução comercial do Novo Banco vai aplicar num depósito a três anos o valor apurado na venda das obrigações em causa no mercado, com uma taxa de juro média de 2,75%, e com possível reembolso antecipado a partir do primeiro ano.
Adicionalmente, é constituído pelo Novo Banco em nome do cliente um depósito a 10 anos, com uma taxa de juro de 4%, equivalente a 75% do diferencial entre o valor de venda no mercado dos títulos e o montante que os investidores contavam ter com estes produtos.
A 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.