A força aérea iraniana bombardeou alvos do Estado Islâmico (EI) no este do Iraque nos últimos dias. A informação foi avançada pelo Pentágono, que confirmou que é a primeira vez que o Irão se envolve nestas operações desde que os jihadistas tomaram a cidade iraquiana de Mossul, em junho, segundo o Guardian.  

Os ataques ocorreram na província iraquiana de Diyala, na fronteira com o Irão e há indicações de que a força aérea iraniana utilizou aviões F4 Phantom, aviões de combate usados pelos EUA na Guerra do Vietname. Mas tanto Washington como Teerão garantem que o Irão não agiu em coordenação com a coligação árabe-ocidental liderada pelos EUA e iniciada a 8 de agosto no Iraque, estendendo-se em setembro à Síria.

“Nada mudou na nossa política de não coordenarmos atividades militares com o Irão”, disse John Kirby, porta-voz do Pentágono, citado pelo jornal britânico.

Também o vice chefe de Estado das forças iranianas, o brigadeiro-general Massoud Jazayeri, negou qualquer colaboração com os EUA, acrescentando que os norte-americanos são os responsáveis pelos problemas do Iraque.

Os norte-americanos não convidaram o Irão para se juntar à aliança que inclui o Reino Unido, a França, a Austrália, a Arábia Saudita, a Jordânia, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein. Os EUA e o Irão cortaram relações diplomáticas desde a Revolução Islâmica de 1979, quando a embaixada norte-americana em Teerão foi ocupada e 52 cidadãos americanos foram sequestrados. Além disso, o Irão e a Arábia Saudita são inimigos de longa data e uma coligação que reunisse o apoio de Teerão e Riade sempre pareceu improvável.

Teerão tem mantido uma presença discreta no Iraque, onde apoia o Governo xiita. Nas últimas semanas, no entanto, o general Qasem Soleimani (comandante da força de elite al-Quds, da Guarda Revolucionária do Irão) tem estado mais ativo na defesa de Bagdad e na coordenação das milícias xiitas e das tropas curdas, segundo o Guardian.

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