José Maria Ricciardi vai continuar à frente do BESI, a unidade de banca de investimento agora sob a alçada do Novo Banco. O presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, garantiu na entrevista concedida quarta-feira à TVI que “não está nada fechado” para a venda do BESI mas a imprensa dá como certa a entrega da unidade ao grupo chinês Haitong, a troco de 400 milhões de euros.

O Diário Económico avança nesta quinta-feira que há um princípio de acordo para a venda do BESI aos chineses da Haitong, que terão sido a escolha da liderança da empresa para a alienação do banco de investimento. Ricciardi, que ao longo deste processo se reuniu com investidores de várias nacionalidades, vai continuar à frente da instituição, bem como a restante equipa de gestão.

A Haitong International, especializada em serviços financeiros, foi fundada em 1973 em Hong Kong. Irá, assim, juntar aos seus 12 mil clientes institucionais e 4,6 milhões de clientes de retalho a rede criada pelo BESI nos vários países onde atua, entre os quais o Brasil, Espanha e Reino Unido. Para Ricciardi, o grupo chinês poderá ser, finalmente, o parceiro para a autonomização (face ao BES) que o gestor procura há vários anos.

Para o Novo Banco, a alienação significará um reforço dos capitais próprios e um encaixe importante que, uma vez aprovada a operação pelos reguladores, a instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha garante desde já. O presidente do Novo Banco já tinha admitido que poderiam ser destacadas e vendidas unidades de maior dimensão, apesar de a intenção não ser vender o Novo Banco “aos bocados“.

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Propostas pelo Novo Banco até 31 de dezembro

Até ao final do ano os interessados no Novo Banco terão de manifestar esse interesse, adianta o Jornal de Negócios. É este o desejo do Fundo de Resolução, entidade que injetou 4.900 milhões de euros no Novo Banco e que quer ver o processo de venda concluído até julho.

O Diário Económico acrescenta que, apesar do possível interesse assumido pelo BPI e pelo Santander Totta, a Comissão Europeia prefere ver uma empresa sem presença no mercado a ficar com a instituição. É por isso que o interesse dos chineses da Fosun, noticiado quarta-feira pela TVI, poderá ser bem recebido pelo Fundo de Resolução. A notícia aponta para que os chineses que compraram a Fidelidade estão dispostos a oferecer até 3.500 milhões de euros pelo Novo Banco.