O rublo voltou a desvalorizar face ao dólar e ao euro nos momentos que antecedem a abertura do mercado de divisas na Rússia, atingindo um novo mínimo histórico. O Banco Central da Rússia admite que a situação é crítica.
Poucos minutos depois das 10h00 (07h00 em Lisboa), a moeda norte-americana crescia 4,2 rublos, até aos 71,92 rublos por dólar, enquanto o euro subia 5,85 rublos, com a moeda europeia a valer 91 rublos. Contudo, pouco depois, a moeda russa começou a valorizar-se e, assim, o dólar desceu até aos 67,5 rublos e o euro até aos 85.
Na madrugada de terça-feira, pelas 01h00, o banco central da Rússia decidiu aumentar a taxa de juro para impedir uma maior desvalorização do rublo, mas a decisão de passar a taxa de 10,5% para 17% não impediu o que já vai sendo chamado de terça-feira negra, numa semana em que o rublo já perde mais de 20%.
Esta terça-feira, os elementos do banco central da Rússia desdobraram-se em explicações. A governadora do banco central da Rússia, Elvira Nabiullina, disse em entrevista à televisão russa Rossiya-24, que as fragilidades do rublo se devem a fatores externos e apontou o dedo às nações ocidentais.
Segundo a governadora, a queda vertiginosa dos preços do petróleo nos mercados internacionais estão a prejudicar a Rússia, tal como as sanções económicas aplicadas pelos EUA e União Europeia devido ao papel da Rússia na crise da Ucrânia.
Do vice-governador saíram palavras bem mais pessimistas e nada típicas de um banco central. Em entrevista à agência russa Interfax, Sergei Shvetsov diz que “a situação é crítica” e que há um ano “nem em pesadelos” imaginavam que a situação atual fosse possível.
Entretanto, hoje soube-se que o Banco Central da Rússia gastou perto de 2.000 milhões de dólares na passada segunda-feira para estabilizar a moeda nacional, segundo se depreende dos dados divulgados pelo regulador no seu portal na Internet.
Esta terça-feira, o banco central russo, que aumentou a sua taxa diretora de 10,5% para 17%, considerou “crítica” a situação no mercado de divisas, onde o rublo sofreu uma desvalorização acentuada. Sergei Shvetsov defendeu a decisão do banco central, e diz que foi uma escolha entre o mau e o “muito, muito mau”.