O défice orçamental atingiu 6.420,3 milhões de euros no final de novembro, em contabilidade pública, mais 461,2 milhões de euros que o saldo registado no mês anterior, mas melhor em quase 2,8 mil milhões de euros quando se compara com os primeiros onze meses de 2013. Estado cobrou mais dois mil milhões de euros em impostos. De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela Direção-Geral do Orçamento, a melhoria do défice continua a dever-se em grande parte ao aumento da receita com impostos ao longo destes onze meses.

Face a 2013, Estado cobrou mais dois mil milhões de euros em impostos nos primeiros onze meses do ano. Os números ganham ainda maior relevância considerando que nas contas do ano passado por esta altura já entrava a receita extra proveniente do perdão fiscal que o Governo promoveu. Segundo o Ministério das Finanças, o fisco cobrou até novembro um total de 33,6 mil milhões de euros, ou seja, mais de três mil milhões de euros por mês.

O imposto que mais contribui para a redução do défice continua a ser o IRS. Até novembro, o fisco cobrou aos contribuintes cerca de 11,6 mil milhões de euros, mais 960 milhões de euros que há um ano. O IVA seguiu de perto esta melhoria, arrecadando mais em termos totais – 12,9 mil milhões de euros – mas com uma melhoria face ao ano passado ligeiramente inferior à do IRS, com mais 842 milhões de euros de receita cobrados.

O IRS e o Imposto de Selo são os únicos impostos que estão a arrecadar menos receita, menos 195 milhões de euros e 44,2 milhões de euros, respetivamente.

Despesa ajuda a reduzir o défice em mais de mil milhões

As contas da despesa pública estão, também, a ajudar de forma mais pronunciada à redução do défice. A despesa está abaixo mais de mil milhões de euros abaixo ao verificado nos primeiros onze meses de 2013.

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As despesas com pessoal estão acima do verificado em 2013, mas apenas em 213,1 milhões de euros, considerando que o Estado teve de repor os cortes salariais do ano passado já mais tarde devido ao chumbo do Tribuna Constitucional aos cortes agravados que foram colocados no Orçamento do Estado para 2014.

Já a despesa do Estado com a aquisição de bens e serviços está a cair 391,9 milhões de euros, quando é comparada com os valores de 2013, tal como os subsídios, que estão a cair cerca de 250 milhões de euros.

No entanto, a grande poupança continua a verificar-se nas despesas com investimento, de acesso mais fácil à tesoura das Finanças. Até novembro de 2013, o Estado tinha gasto 3.784,7 milhões de euros, mas em 2014 está a gastar menos mil milhões de euros em investimento.