A organização extremista Estado Islâmico (EI) executou 1.878 pessoas na Síria desde junho último, quando proclamou um califado na Síria e no Iraque, denunciou hoje a organização não-governamental Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Segundo os dados da OSDH, 1.175 pessoas assassinadas eram civis, das quais quatro eram menores e oito eram mulheres. Esta ONG assegura que constatou as mortes e acrescenta que as vítimas perderam a vida por disparos, foram degoladas, decapitadas ou lapidadas. O Observatório, que conta com um grande número de voluntários no terreno, acrescentou que mais de 930 das vítimas eram da tribo Al Sahitat, que resistiu ao avance do EI na província de Deir al Zor.

Os assassinos a sangue frio registados por este observatório foram perpetrados nas províncias de Del al Azir (este), em Raqa (noroeste), Al Hasake (noroeste), Alepo (noroeste), Homs (oeste) e Hama (oeste). Do total de vítimas, 81 eram rebeldes de outras fações, incluindo outros grupos ´jihadistas` como a Frente al Nusra, filial da Al-Qaeda na Síria, que foram capturados em confrontos ou em postos de controlo levantados em zonas controladas pelo EI.

No mesmo período, o EI executou 120 dos seus membros, segundo a OSDH, que precisou que muitos desses membros eram estrangeiros que foram detidos quando pretendiam regressar aos seus países de origem. A organização síria acrescentou que 50 oficiais, soldados e ativistas pró-governamentais foram assassinados depois de capturados.

O Observatório advertiu, porém, que este número podia ser mais elevado uma vez que centenas de pessoas desapareceram de centros de detenção do grupo ´jihadista` além de se desconhecer o paradeiro de mil membros da tribo Al Shahitat. No documento, a OSDH refere que há dezenas de cidadãos curdos desaparecidos desde o início da ofensiva contra a população curda de Kobani, a 16 de setembro. Segundo a ONU, mais de 200.000 pessoas faleceram na Síria desde que a guerra começou em março de 2011 e que no verão passado sofreu uma alteração brusca depois de o EI ter feito uma ofensiva relâmpago na Síria e no Iraque.

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