A importadora para Portugal do jornal satírico francês Charlie Hebdo encomendou mais exemplares daquele título, que publica quarta-feira a primeira edição após o atentado terrorista que matou 12 pessoas, disse hoje à Lusa fonte da empresa.

O pedido foi feito na sexta-feira passada, mas, até ao momento, a International News Portugal não recebeu resposta.

O Charlie Hebdo foi alvo de um atentado na quarta-feira passada, quando três homens vestidos de preto, encapuzados e armados, atacaram a sede do jornal, no centro de Paris, provocando 12 mortos (10 jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos.

Apesar do atentado, os colaboradores habituais da redação decidiram publicar uma edição na próxima quarta-feira, dia 14, anunciando-a no site da publicação como “o Jornal dos Sobreviventes”.

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A International News Portugal (INP) escusa-se a avançar o número médio de vendas em Portugal e os pontos onde se pode comprar, por “não ter autorização para divulgar dados de circulação dos parceiros internacionais”, mas admitiu hoje à Lusa que a procura por esta edição será supeior ao habitual, tendo pedido “maior tiragem para distribuição em Portugal”.

A INP é responsável pela distribuição em Portugal do Charlie Hebdo desde 2002, mas, como a própria empresa refere, o jornal já se vendia no país anteriormente.

Os jornalistas e cartoonistas da redação que sobreviveram ao atentado estão a trabalhar nas instalações do jornal francês Libération e obtiveram financiamento de vários grupos ligados aos media — como o Le Monde, o Canal Plus e do Google — para lançar a próxima edição.

Segundo anunciou a redação, a próxima edição terá uma tiragem de um milhão de exemplares, mas cada um com metade das 16 páginas habituais.

Até agora, as vendas médias do Charlie Hebdo rondavam os 45 mil exemplares.

Também os números antigos do Charlie Hebdo estão a ter uma procura invulgar, com milhares de exemplares à venda no site eBay, com o preço de algumas edições emblemáticas a chegar aos 100 mil euros.