As ruas da capital da Tchetchénia, Grozny, encheram-se esta segunda-feira de milhares de pessoas em protesto contra a publicação de cartoons sobre Maomé no jornal satírico francês Charlie Hebdo. A manifestação, organizada por líderes religiosos locais, contou com a presença de Ramzan Kadyrov, presidente daquela república pertencente à Rússia, que criticou a atitude da Europa face ao atentado de 7 de janeiro, em Paris.

“Nós vemos como os jornalistas e políticos europeus, sob os falsos slogans da liberdade de expressão e democracia, proclamam uma liberdade vulgar e rude, insultando o sentimento religioso de centenas de milhões de crentes”, disse, perante a multidão que cantava “Allahu Akbar” (“Deus é grande”, em português).

Segundo o Russia Today, terão estado nas ruas de Grozny um milhão de pessoas (a Reuters, no entanto, é mais cautelosa nos números, falando apenas em dezenas de milhares de manifestantes). O protesto, fortemente vigiado pelas autoridades locais, foi transmitido em direto pela televisão e começou com o lançamento de milhares de balões vermelhos.

“Se necessário, estamos prontos a morrer para parar quem pensa que pode sujar irresponsavelmente o nome do profeta”, acrescentou Kadyrov. O Islão, disse, ensina “a viver em paz e harmonia com todas as nações do nosso país [Rússia], com pessoas de vários credos religiosos”.

A manifestação, que teve o seu ponto central perto da mesquita da cidade, uma das maiores da região, terminou com Kadyrov em lágrimas e uma oração conjunta. O atual líder da Tchetchénia é apoiado diretamente pelo Kremlin e luta contra um movimento que pretende a independência da região face à Rússia.

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