O presidente do PP espanhol e chefe de Governo, Mariano Rajoy, encerrou hoje a Convenção Nacional do seu partido com elogios à recuperação económica e assegurou que as eleições antecipadas na Catalunha não vão “fraturar a Espanha”.

No discurso de encerramento do encontro dos “populares”, Rajoy reconheceu que os três últimos anos foram difíceis, mas assegurou que “Espanha mudou como da noite para o dia” e “está a renascer”, depois de ter conseguido “evitar um resgate”. O chefe de Governo reiterou ainda uma ideia que já tinha deixado anteriormente: se a economia espanhola continuar a crescer como até aqui, o executivo poderá baixar os impostos não só este ano como também em 2016.

O líder dos “populares” espanhóis recordou ainda que o FMI prevê que a economia de Espanha cresça 2% este ano, liderando a zona euro, e atribuiu o mérito desse crescimento à sociedade espanhola.

Por outro lado, repetiu uma promessa antiga dos populares: a criação de um milhão de novos empregos entre 2014 (ano que fechou com a criação de 435 mil postos de trabalho em Espanha) e 2015.

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Rajoy também fez uma referência muito crítica à antecipação das eleições autonómicas na Catalunha (com o objetivo último de separar a região do resto do país), afirmando que estas “não podem ser nem serão um caminho rumo à fratura de Espanha”.

O chefe do executivo espanhol reiterou que as eleições catalãs terão o mesmo alcance de sempre e não serão um plebiscito à intenção do presidente do governo regional, Artur Mas. Sobre os casos de corrupção que têm envolvido o PP espanhol, Rajoy disse que, em Espanha, “não há impunidade”, mas reconheceu que alguns dos elementos do partido “não estiveram à altura da trajetória” do PP.

“É verdade que existiram casos desses” e merecem uma resposta firme, salientou Rajoy, admitindo que alguns dentro do partido cometeram erros. “Mas quando encontrámos corrupção nas nossas fileiras, atuámos”, declarou.

Em Espanha, disse Rajoy “não há impunidade, as instituições funcionam, as irregularidades são sancionadas”, pelo que “polícias, juízes e procuradores têm hoje mais apoio do que nunca na luta contra a corrupção”.

Numa referência aos principais partidos da oposição, o PSOE (socialistas) e o Podemos, Rajoy disse que o país “não pode andar para trás”. “Não podemos deixar avançar a roleta russa da frivolidade, da incompetência e do populismo”. Para Rajoy, “é fácil prometer a lua e mesmo o sol”, mas “dar lições num estúdio de televisão não é o mesmo que defender os interesses da Espanha num conselho europeu”.

“Os problemas difíceis não se enfrentam com ideias messiânicas. Alguns confundem a política com o sermão da Montanha”, concluiu.