A Grécia só entregará na manhã de terça-feira a Bruxelas a carta que contém as principais reformas económicas que terão de ser apreciadas pelos credores oficiais. A Agence France Presse (AFP) chegou a noticiar, esta manhã de segunda-feira, que o documento seria entregue esta segunda-feira – e domingo dizia-se que ainda nesse dia a carta seguiria caminho – mas a versão definitiva do documento não está ainda pronto, pelo que não será cumprido o prazo de segunda-feira à meia-noite que a Comissão Europeia havia indicado.

Fonte do governo grego confirmou à Bloomberg e à Reuters uma informação que já tinha sido admitida pelo The Guardian: só na manhã de terça-feira chegará à Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) o documento que contém as principais reformas económicas que o governo liderado por Alexis Tsipras quer realizar. Deverá ser um documento de seis páginas, o dobro das três páginas que inicialmente foram relatadas por alguns jornalistas correspondentes em Bruxelas.

Porta-voz do Governo grego tinha garantido esta segunda-feira que a lista seguiria até ao final do dia para Bruxelas. E porta-voz da Comissão Europeia adiantara, também esta segunda-feira, que o prazo de entrega era até à meia-noite de segunda-feira. Está agendada uma teleconferência entre os ministros das Finanças da zona euro para terça-feira. Se haverá ou não uma reunião presencial, isso dependerá do que Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, define como a “qualidade das propostas gregas”. Ou seja, se as propostas não forem aceites pelas instituições, será convocada uma reunião de emergência do Eurogrupo para que discutam, presencialmente, as propostas gregas.

A fonte do governo grego indicou que a carta incluirá reformas para combater a evasão fiscal e a corrupção, bem como reformas no setor público e combate à burocracia. A proposta irá, ainda, conter medidas relacionadas com o crédito malparado. O objetivo é que este documento concretize a extensão por quatro meses do acordo que expira a 28 de fevereiro. Uma fonte envolvida nas negociações disse ao Financial Times que “se tivesse de apostar, apostaria o meu dinheiro que as medidas serão aprovadas”

À margem de uma conferência em Tilburg, Jeroen Dijsselbloem, que é, também, ministro das Finanças da Holanda, disse à Bloomberg que “ainda é cedo” para se pronunciar acerca das medidas que o governo grego irá apresentar, já que não foi ainda feita a “entrega formal” da carta. Depois, “há que esperar que as instituições avaliem o resultado”, diz Dijsselbloem, que sublinha que “este é apenas um primeiro passo”. “Não estamos a falar de um novo Memorando de Entendimento, nem um novo acordo, é um primeiro documento a mostrar quais são as ambições reformistas do novo Governo”, continua o holandês.

Ainda sem certeza sobre a aprovação da carta de intenções, do Ministério das Finanças da Alemanha veio um alerta de que “esta não é a lista definitiva [de reformas], essa será compilada até final de abril”. Martin Jäger, porta-voz, acrescentou: “esperamos que esta primeira lista seja coerente e plausível”.

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