O Twitter é um lugar muito grande, com muita gente. Algumas das pessoas que por lá andam são políticos, que usam a rede social dos 140 carateres para passar mensagens governamentais, propaganda ou simples apontamentos da vida pessoal. David Cameron que o diga. O primeiro-ministro britânico tanto tweeta sobre a reportagem do The Sun onde aparece a fazer uma sandes, como dispara ataques aos seus adversários políticos mais diretos.

Mas quem vai à guerra, dá e leva. Como todos os utilizadores do Twitter – e ainda mais por ser primeiro-ministro de Inglaterra -, Cameron está naturalmente sujeito aos comentários, frequentemente menos bons, dos seus eleitores e restante comunidade virtual. Nada que o perturbe, ao que parece. Em entrevista ao BuzzFeed, Cameron admite que, de vez em quando, lá dá uma espreitadela às menções que lhe fazem.

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“Há que combinar a dureza com a suavidade neste trabalho!”, afirmou o primeiro-ministro britânico, que publica os próprios tweets da sua conta. “Nós [políticos] somos julgados pelo que dizemos e devemos sempre pensar cuidadosamente antes de dizermos alguma coisa e o perigo com o Twitter é que disparamos as nossas opiniões, frequentemente a altas horas da noite”, acrescentou.

Na entrevista ao BuzzFeed, que marcou a estreia deste site noticioso no Reino Unido, David Cameron falou sobre diversos assuntos, desde as próximas eleições à utilização do telemóvel e das redes sociais. Utilizador de uma conta de Gmail pessoal e presente em diversas plataformas digitais, Cameron admite que não utiliza coisas como o Snapchat e o WhatsApp, que fazem parte do sistema de comunicações de muita gente. Incluindo terroristas. “O que se passa com essas tecnologias é que devemos falar com elas para garantir que não existe um espaço seguro para os terroristas comunicarem entre si, porque se existir, ficaremos em maior risco”, disse.

É através da internet que muitos jovens europeus são assediados a juntarem-se ao Estado Islâmico e outros grupos terroristas. Recentemente, três raparigas britânicas viajaram para a Síria para, alegadamente, se alistarem no califado.

“É inacreditavelmente deprimente que no nosso país, que é um país livre e brilhante, (…); que pessoas de uma escola excelente em Greenwich decidam ir juntar-se a um culto de morte na Síria que acredita em atirar gays de prédios e em cortar a cabeça a pessoas no meio do deserto (…), devemos estar muito preocupados com isto enquanto país e fazer tudo o que pudermos (…)”, afirmou David Cameron.