A 26 de março de 2012 foi feito o primeiro transplante com o centro reativado, tendo desde então sido realizados mais 34, disse à agência Lusa Emanuel Furtado, coordenador da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos (UTHPA) do CHUC. Em 2012, realizaram-se 11 transplantes pediátricos, em 2013, 12 transplantes, e, em 2014, o mesmo número.
O centro de transplantes pediátricos de Coimbra tinha sido desativado em 2011, aquando da saída do único cirurgião especializado na área em Portugal, Emanuel Furtado, que esteve ao serviço do Instituto Português de Oncologia de Coimbra. Após a sua saída, os transplantes pediátricos para crianças portuguesas foram realizados em Espanha, tendo o programa sido reativado em 2012, com o regresso de Emanuel Furtado, que é hoje coordenador da UTHPA.
Desde a existência da unidade de transplantação que foram realizados 225 transplantes pediátricos no CHUC, tendo 36% dos mesmos sido feitos a crianças com menos de dois anos e em 11% dos casos foi utilizado um dador vivo. A taxa de sobrevivência aos 20 anos nos transplantes pediátricos “situa-se nos 85%”, referiu o coordenador da UTHPA.
Segundo Emanuel Furtado, a grande alteração na unidade desde a sua reativação foi o ato cirúrgico da transplantação pediátrica passar a ser feito no Hospital Pediátrico, evitando-se riscos de se realizar o transporte da criança “numa fase muito crítica do pós-operatório”. De acordo com o coordenador da unidade, tem havido “sempre fígados [de cadáver] para as crianças que precisam”, mas esta situação vai-se alterar.
“É absolutamente inevitável o regresso ao dador vivo”, frisou o coordenador de uma unidade que não faz transplantes com dador vivo desde 2009. Para Emanuel Furtado, esse regresso deve-se à estabilização da taxa de doação e à diminuição do número de acidentes mortais entre jovens, levando a que a idade média dos dadores suba.
Quanto ao futuro do programa de transplantes pediátricos, o coordenador da unidade sublinhou que o centro não pode “depender de uma única pessoa”. “Não estamos bem em termos de recursos humanos, mas estamos melhor do que há três anos”, disse, acreditando que hoje o serviço não pararia, caso tivesse que abandonar a unidade.
O objetivo para o futuro é “ter três equipas que sejam autónomas na transplantação”, frisou.