O reforço da cooperação na luta contra o terrorismo e a radicalização de jovens será um dos “pontos cruciais” da intervenção portuguesa na cimeira informal de ministros europeus e da Vizinhança Sul que se realiza na segunda-feira em Barcelona.

A reunião ministerial informal – organizada pela União Europeia, Espanha e pela presidência da UE, atualmente a Letónia — juntará em Barcelona a chefe da diplomacia comunitária, a Alta Representante Federica Mogherini, e o comissário europeu da Vizinhança, Johannes Hahn, bem como os representantes dos Negócios Estrangeiros de todos os países-membros da UE e dos seus parceiros da Vizinhança Sul – Argélia, Palestina, Tunísia, Líbano, Marrocos, Egito, Jordânia e Israel. A Líbia e a Síria não foram convidados.

Em representação de Portugal, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, vai defender que “uma política de Vizinhança forte, estratégica e eficiente deve ter como objetivo alcançar mais segurança e estabilidade, maior crescimento económico e maior bem-estar social”, disse à agência Lusa fonte oficial do Ministério.

Para Rui Machete, “será necessário aumentar a cooperação em áreas decisivas como a segurança — incluindo a luta contra o terrorismo e a radicalização de jovens –, as migrações, a educação e a juventude, e a energia”.

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“É nestas áreas que Portugal considera ser primordial atuar”, salientou a mesma fonte.

O tema da Vizinhança Sul da União Europeia é “uma questão estratégica para a política externa portuguesa”, já que uma das “grandes prioridades” da diplomacia portuguesa é “intensificar o relacionamento com os países do Magrebe, a nível político e económico e nas áreas da segurança, educação e cultura”.

Por outro lado, Portugal quer “reafirmar” o seu “empenho na prevenção e no combate ao terrorismo, designadamente contra o fenómeno ISIS [o movimento extremista Estado Islâmico]”.

A reunião de segunda-feira realiza-se num momento em que a Europa ainda está à procura da melhor forma de lidar com os fenómenos da radicalização e migração de jovens europeus para zonas de conflito e as suas implicações quer para a segurança dos Estados-Membros quer para os processos de consolidação da democracia em alguns países da margem sul do Mediterrâneo. Por outro lado, a cimeira informal surge poucos meses depois dos atentados de Paris, da Dinamarca e, mais recentemente, da Tunísia.

Do ponto de vista de Portugal, o encontro ministerial realiza-se num momento em que Portugal copreside com Marrocos ao ‘Diálogo 5+5’.

Durante a copresidência deste mecanismo de cooperação multilateral da bacia do Mediterrâneo Portugal tem demonstrado que mantém a relação euro-mediterrânica na lista de prioridades da sua política externa: acaba de realizar a IV Cimeira com a Argélia e prepara-se para realizar, ainda no decurso do mês de abril, a Reunião de Alto Nível com Marrocos.