O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, garantiu esta quarta-feira que não acredita que haverá acordo entre a Grécia e os ministros das Finanças da zona euro na reunião marcada para dia 24 de abril em Riga. O compromisso permitiria libertar fundos adicionais para resgatar a Grécia. Caso não haja acordo, aumenta a possibilidade de Atenas declarar falência por volta de maio, escreve o Financial Times. O comunicado aconteceu no mesmo dia em que a agência de rating Standard & Poor’s baixou o rating da dívida grega, que já estava avaliada como “lixo”.

Schäuble foi o primeiro líder da zona euro que publicamente riscou a possibilidade de um acordo entre os ministros das Finanças da zona euro e a Grécia, na reunião de dia 24 de abril em Riga. “Já ninguém está à espera que haja uma solução”, declarou o primeiro-ministro alemão na quarta-feira.

A Standard & Poor’s (S&P), uma das maiores agências de rating, alertou no mesmo dia que a Grécia se encontra sob forte ameaça de falência. A agência voltou a baixar o rating da dívida grega por considerar que as negociações prolongadas entre a Grécia e os seus credores ao longo do tempo têm tido um impacto negativo sobre a economia, escreve o jornal The Guardian. O rating da dívida grega, que já era considerado “lixo” (“junk”), desceu para um nível ainda inferior.

“Sem que existam reformas económicas profundas ou algum alívio da situação [na economia], consideramos que a dívida da Grécia e os seus outros compromissos financeiros são insustentáveis”, afirmou a S&P.

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Antes do corte, o rating da Grécia encontrava-se em B-/B, já sendo considerado “lixo”. Agora, o atual rating da dívida grega é de CCC, um nível que considera que o país se encontra em “sérios riscos de falência”.

As taxas de juro da dívida grega a dois anos são de quase 24%, um valor que indica que os investidores temem que o país tenha a sua dívida cortada ou que entre processo de falência.

Neste momento, a Grécia tem um prazo até à próxima segunda-feira para apresentar uma lista revista de propostas de reformas, um documento que vá mais longe do que o texto de 26 páginas que foi entregue na semana passada. Mas “ninguém espera” que haja um acordo a tempo da reunião do Eurogrupo de dia 24 de abril.

A Grécia reconhece que “a situação de liquidez está a tornar-se muito grave” e pede que seja disponibilizada ajuda financeira o mais rapidamente possível.

* Texto editado por David Dinis