O líder da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro, deixou claro, ao início da noite desta sexta-feira, que o ponto de partida para a alteração às regras de cobertura jornalística das campanhas eleitorais é um projeto de lei do PSD e do CDS e que esse não contempla nenhuma das opções que levantaram polémica. “Confortável” por ter caído a proposta do PS, nomeadamente a da ideia do visto prévio, Montenegro aproveitou para chamar a atenção para aquele que considera ser um problema “de indefinição do PS”.

“O que aconteceu hoje foi que o secretário-geral do PS tirou o tapete ao grupo parlamentar [do PS] e aos deputados que intervieram neste processo”, disse Montenegro aos jornalistas, depois de António Costa, em comunicado enviado esta tarde às redações, ter vindo dizer que só hoje tomou conhecimento do texto e que discorda da solução proposta.

Luís Montenegro lamentou a polémica que se levantou nestes últimos dias a propósito da ideia de obrigar os órgãos de comunicação social a apresentarem um plano de cobertura jornalística das campanhas eleitorais a uma comissão mista (visto prévio), frisando que esse episódio “gravita em torno da indefinição interna do PS”.

Quanto ao projeto de lei que alterará o quadro legal da cobertura das campanhas eleitorais, o deputado do partido social-democrata afirmou que “o projeto não morreu”.

“A contribuição para modificar em sede de especialidade esse projeto por parte do PS é que, ficámos hoje a saber, foi retirado. Nós respeitamos isso e sentimo-nos mais confortáveis porque nunca fizemos essa proposta. Não era nossa intenção integrá-la”, afirmou Montenegro, avisando da importância de definir o quadro legal rapidamente.

“Mantemos firme o nosso propósito de construir uma solução legal que possa permitir que haja uma cobertura das próximas campanhas eleitorais que seja esclarecedora para os cidadãos. Não queremos assistir em Portugal àquilo que se assistiu nas últimas eleições autárquicas e nas europeias”, rematou o social-democrata.

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