O presidente executivo do BPI recusou a tese de que a oferta que apresentou para a compra do Novo Banco, e que foi excluída da corrida, tivesse sido condicionada pela indefinição acionista. Foi o valor que a comissão executiva entendeu que era o correto, “baseado no juízo profissional” e que foi proposto a aceite pelos acionistas do banco. Os dois maiores acionistas estão em conflito quanto à estratégia para o BPI. O CaixaBank lançou uma oferta pública de aquisição, mas a Santoro de Isabel dos Santos prefere negociar uma fusão com o BCP.

A oferta pelo Novo Banco foi a “adequada e correta”, defendeu Fernando Ulrich na apresentação dos resultados do primeiro trimestre. “O que não fizemos foi andar a jogar” com as regras de uma oferta não vinculativa. “Era relativamente fácil apresentar um valor qualquer. Podíamos propor um preço para impressionar”.

Fernando Ulrich lembra que as regras do concurso permitem ao BPI associar-se a outros concorrentes, ainda na fase de negociação do Novo Banco, mas não revela se este cenário está a ser estudado, lembrando o acordo de confidencialidade que ainda vincula os responsáveis do banco.

Não obstante o valor “correto”, que afastou para já o BPI da competição, Fernando Ulrich defende que o melhor para a instituição é que o Novo Banco seja “vendido por muito dinheiro”. Esse cenário seria favorável para o BPI, não só porque reduziria, ou no limite, eliminaria, as perdas que teria de assumir no quadro do Fundo de Resolução, mas porque permitiria valorizar o BPI.

Questionado sobre se está a acontecer uma “revolução” na banca, com o que sucedeu no BES, e está suceder com Novo Banco, Montepio e a oferta do CaixaBank, Fernando Ulrich, apela a que não misturem o BPI com estes bancos, chegando a considerar que a comparação com as outras instituições financeiras “é uma ofensa para o BPI”.

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