Islamabad é a capital do Paquistão mas é também considerada a “capital do mundo das alergias”, diz a Atlas Obscura. Segundo aquela publicação, o pólen que está no ar durante a primavera consegue ser tão intenso que algumas pessoas são obrigadas a deixar a cidade nessa altura. As que não o podem fazer ficam em casa, como é o caso de uma mulher que contou a um repórter que tem de dormir numa cadeira, senão não consegue respirar.

Ao que parece, há uma culpada específica: a amoreira de papel (the paper mulberry). Nos Estados Unidos, por exemplo, há cerca de 10 mil grãos de pólen por cada metro cúbico de ar. Em Islamabad, esta concentração sobe para 45 mil grãos. A raiz do problema vem dos anos 1960, quando os locais procuravam uma forma de tornar a cidade mais agradável aquando da construção da nova capital. As árvores foram uma das soluções apontadas e aplicadas. As autoridades decidiram que seria a amoreira, árvore nativa do leste da Ásia, aquela que iria proliferar pela cidade inteira.

Em 1990 começaram a chegar as consequências. As autoridades de saúde pública começaram a investigar o porquê de tantas alergias e eis que descobrem a fonte: a amoreira. Quase 45 por cento das pessoas que tinham alergias eram alérgicas ao pólen daquela árvore. Há uma ordem judicial de 2009 para abater todas as amoreiras em três anos. Mas há dezenas de milhares que continuam firmes, alerta a mesma publicação. Até lá, “Islamabad está cheia de pessoas a espirrar na primavera”.

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