A agência de rating S&P está mais confiante de que o BCP continuará a reduzir a dependência do financiamento do BCP e está mais otimista em relação à “reviravolta [operacional] no banco”, já não temendo que esta “se poderia revelar mais difícil e longa do que se previa”.

Os comentários da S&P sobre o rating da dívida do BCP, que continua a quatro níveis de subir para investimento de qualidade, estão incluídos numa análise a quatro bancos portugueses onde a agência melhora a perspetiva da notação do BCP de negativa para estável.

“A revisão do outlook do Millennium BCP para estável (face ao anterior negativo) reflete a nossa expectativa de que irá continuar a reduzir gradualmente a dependência do financiamento do Banco Central Europeu (BCE), graças à desalavancagem [redução do endividamento relativo] que o banco está a fazer e às necessidades limitadas de refinanciamento”, ou seja, o banco não tem montantes elevados em dívida para reembolsar no imediato.

Estes são fatores que “podem levar a uma melhoria nos níveis de liquidez do Millennium BCP”, o que poderá compensar a previsível redução do perfil de crédito do banco quando a S&P deixar de dar um bónus pelo facto de as novas regras europeias terem alterado as condições em que eventual apoio estatal seria concedido”.

O banco pronunciou-se, também, sobre a notação do BPI, que está sob vigilância temporária (Credit Watch) pelo facto de ter em cima da mesa a OPA dos espanhóis do CaixaBank. A agência diz que vai esperar pela assembleia-geral de acionistas do BPI de 17 de junho, após a qual “teremos maior visibilidade sobre a probabilidade de a oferta [do CaixaBank] seguir em frente e conseguiremos avaliar as implicações dos cenários subsequentes para o BPI”.

Sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que também mereceu um curto comentário por parte da S&P, o rating continua a ser suportado pela rede bancária líder em Portugal, pelo perfil saudável de financiamento através do retalho [depósitos], liquidez confortável, e a “muito elevada probabilidade de que o banco beneficiaria de apoio governamental extraordinário em caso de necessidade”. No entanto, a S&P salienta a “capitalização fraca, as perspetivas de rentabilidade limitada, qualidade dos ativos mais baixa”. Fatores em que a CGD, na opinião da S&P, está “um passo atrás dos rivais”.

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