Meia centena de trabalhadores da Groundforce e dirigentes sindicais de empresas públicas de transportes manifestaram-se hoje junto ao Tribunal de Contas, em Lisboa, contra as privatizações e pela defesa do modelo de transportes públicos no país.

“Nós estamos confrontados com uma campanha mediática por parte do Governo sobre as vantagens do modelo de privatização das empresas do setor público de transportes”, disse à agência Lusa o coordenador nacional da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), José Manuel Oliveira.

E sublinhou: “Estamos a manifestar-nos porque pensamos que as empresas do setor de transportes públicos vão continuar a endividar-se em função do modelo escolhido pelo governo para a sua entrega aos privados”, pelo que, no futuro, referiu “vamos ter menos oferta de transporte, menor qualidade e um transporte mais caro”.

Os trabalhadores da Groudforce, empresa de ‘handling’ (assitência em terra) cumprem hoje uma greve parcial, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), que pode causar perturbações nos serviços de assistência no aeroporto de Lisboa sobretudo nos de ‘check-in’ e de bagagem.

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A greve, que decorre entre as 09:00 e as 15:00, tem por objetivo contestar as privatizações no setor.

Uma delegação sindical da FECTRANS entregou hoje uma Carta Aberta ao Tribunal de Contas para reclamarem que a instituição liderada por Guilherme d’Oliveira Martins faça um escrutínio apertado às sucessivas operações de privatização e concessão no setor levadas a cabo por este Governo.

Os manifestantes, que desfilaram posteriormente até ao Ministério da Economia, sustentam que “o país vai pagar mais” por um sistema de transportes que “deve ser um direito e um instrumento fundamental” para uma política de mobilidade do país.

“Estamos a lançar um alerta, pois defendemos o transporte público como um instrumento essencial para a mobilidade das pessoas e das mercadorias no país. No caso da companhia aérea TAP há que preservar a ligação ao mundo e às comunidades europeias”, sublinhou.

As empresas públicas geridas por privados “só servem o lucro” e não as pessoas e o interesse nacional, admitiu José Manuel Oliveira, criticando também o facto de as privatizações aumentarem o número de desempregados.

“A lógica das empresas privadas é fazer lucro e não servir os interesses nacionais e das populações”, concluiu.