O tabouleh é uma salada libanesa muito fresca, simples e a transbordar de sabor que adoro fazer nos dias mais quentes do verão. Como em qualquer receita tradicional existem muitas variações, mas todas aproveitam os melhores ingredientes da estação como o tomate, o pepino ou o pimento. Agora, as rainhas desta salada são mesmo as ervas aromáticas e um bom tabouleh quer-se a estourar de verde. As mais usadas costumam ser a salsa e a hortelã, mas podem experimentar abrir horizontes com manjericão, coentros ou, para uma verdadeira explosão de sabores, combinar todas.
Tradicionalmente acrescenta-se ainda bulgur ou até couscous, mas este é um verdadeiro super tabouleh e para além de lhe juntar grão-de-bico, chamei dois convidados muitos especiais para esta festa aromática: a quinoa e o cânhamo. Podem ser pequeninos mas estão a rebentar de nutrientes e transformam esta salada num almoço leve mas super completo, ótimo para levar para a praia ou na marmita para o trabalho enquanto as férias não chegam. Para saberem tudo sobre eles espreitem o final da receita!
![tomate_salsa](https://bordalo.observador.pt/v2/q:84/rs:fill:560/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2015/07/tomate_salsa.jpg)
![hortela_canhamo](https://bordalo.observador.pt/v2/q:84/rs:fill:560/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2015/07/hortela_canhamo.jpg)
Super tabouleh de quinoa e cânhamo
Ingredientes
2 a 4 pessoas
200 g de Salsa Fresca
2 mãos cheias de Hortelã, só as folhas
10 Tomatinhos Cereja, vermelhos e amarelos
1/2 Pepino
1/2 Pimento Vermelho
1/2 Cebola
100 g de Sementes de Cânhamo
150 g de Quinoa cozida
100 g de Grão de Bico Cozido
4 colheres de sopa de Sumo de Limão
6 colheres de sopa de Azeite
Sal Marinho Integral
Pimenta Preta moída na hora
Preparação
Picar muito bem a salsa, a hortelã, os tomates, o pepino, o pimento e a cebola.
Numa taça, juntar todos os ingredientes e misturar bem.
Se possível reservar no frigorífico por 30 minutos e servir bem fresca num dia quente de verão.
Fica ainda mais deliciosa no dia seguinte!
Dica: Deixem alguns tomatinhos cortados apenas em gomos para um efeito visual mais divertido.
![tabouleh_2](https://bordalo.observador.pt/v2/q:84/rs:fill:560/plain/https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2015/07/tabouleh_2.jpg)
As Super Estrelas
Quinoa
Considerada sagrada pelos Incas, esta super semente faz parte da alimentação dos povos andinos há mais de 4.000 anos. Com uma preparação muito semelhante ao arroz, a quinoa é uma ótima alternativa que nos fornece proteínas completas com todos os aminoácidos essenciais e ainda muitos minerais. Há mais de 120 variedades de várias cores, passando pelo bege, castanho e todo o tipo de tons avermelhados, sendo esta última a mais interessante nutricionalmente. A que mais se vê no mercado é a bege e pode aparecer em grãos, farinha ou até flocos. Sem glúten.
A quinoa é uma planta que se adapta a todo o género de climas e terrenos mas ainda continua a ser maioritariamente produzida na Bolívia e no Peru. Quando o resto do mundo a descobriu, a procura atingiu níveis altíssimos, causando um grande desequilíbrio socioeconómico nestes países. Hoje, felizmente, estão já a ser aplicadas medidas que protegem os agricultores e promovem um comércio mais justo. Quando comprarem tentem sempre saber a origem.
Antes de cozinhar a quinoa, demolhar se possível entre 1 a 8 horas, descartar a água de demolhar e cozer como o arroz, durante cerca de 10 minutos com o dobro da água.
Sementes de Cânhamo
Extremamente ricas em proteínas de alta performance, com todos os aminoácidos essenciais e facilmente digeridas e assimiladas pelo organismo, as sementes de cânhamo são muito populares entre os atletas e umas das melhores amigas dos vegetarianos e vegans. São uma ótima fonte de todos os ácidos gordos essenciais e apresentam o equilíbrio ideal de 3:1 de Ómega 6 e Ómega 3.
As sementes de cânhamo descascadas não apresentam inibidores de enzimas que impedem a digestão de proteínas tornando-as altamente assimiláveis pelo organismo e são compostas essencialmente por edestina — uma proteína considerada como a espinha dorsal do DNA e muito semelhante à nossa globulina no plasma do sangue, responsável pela produção de anticorpos –, e também por albumina, similar à proteína encontrada na clara de ovo, com propriedades antioxidantes. Apresentam ainda altos níveis de ácido glutâmico, um neurotransmissor que nos ajuda a lidar com o stress e a gerir melhor as emoções.
São vendidas já descascadas em lojas de produtos naturais ou em vários sites online (aqui, aqui ou aqui) e têm um sabor que lembra pinhões torrados. Adoro usá-las para enriquecer leites vegetais e batidos, juntá-las a papas de pequeno-almoço ou salpicar saladas, sopas e legumes com elas. O óleo também pode ser usado para temperar saladas ou acrescentar a bebidas para aumentar a absorção de nutrientes.
São totalmente seguras e não contêm nenhuma substancia psicotrópica.
Joana Alves é autora do blogue Le Passe Vite.