“Não esperem ver-nos entusiasmados em relação a entrar” na zona euro “enquanto esta tiver problemas com alguns dos seus membros”. É desta forma que Marek Belka, governador do banco central polaco, olha para a possibilidade de a Polónia vir a juntar-se à união monetária. O responsável, que também já foi primeiro-ministro da Polónia, diz que “não faz qualquer sentido correr para entrar numa casa que esteve a arder e de onde ainda está a sair fumo”.

Marek Belka, que além de primeiro-ministro da Polónia também já foi chefe da divisão europeia do Fundo Monetário Internacional (FMI), diz que “enquanto existir divergência ou enquanto existirem problemas em alguns países, é mais difícil construir alicerces para uma união política [orçamental] na zona euro. Portanto temos uma espécie de círculo vicioso”, afirma o polaco.

Citado pelo The Telegraph, o responsável comentou, também, que o acordo que foi atingido com a Grécia “dá algum alívio temporário mas não uma solução”. “O problema verdadeiro na Grécia é encontrar uma forma de estimular o crescimento sustentável. Sem isso, a Grécia vai cair, periodicamente, em problemas”, vaticinou Marek Belka.

O governador polaco defendeu, contudo, que é preciso fazer alguma coisa em relação ao stock da dívida grega. “Chame-se-lhe um reperfilamento da dívida, e não um alívio da dívida, que vai dar ao mesmo mas soa melhor e é politicamente mais aceitável”, diz o responsável.

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