Jean-Marie Le Pen foi expulso do partido que ajudou a fundar em 1972. O afastamento do veterano de 87 anos da Frente Nacional foi decidido pelo comité-central do partido, que determinou este desfecho depois de uma disputa pública com a líder do partido (e filha de Jean-Marie), Marine Le Pen.

Embora ainda não tenha sido formalmente notificado desta decisão, o ancião já reagiu: “Quando me notificarem oficialmente contestarei a decisão junto das autoridades judiciais e acredito, que mais uma vez, vou voltar a ganhar”, disse a um canal de televisão. Disse ainda que a sua filha “não tolera a mínima oposição”. “Sou pai e quando estas agressões injustas vêm da minha família, da minha filha, afetam-me ainda mais que quando são feitos por um adversário desconhecido.”

Antes deste desfecho, Jean-Marie Le Pen exprimiu o seu “desejo de que este episódio um pouco polémico abra um caminho para a reunificação da Frente Nacional”. Além disso, disse que já tinha “dado todas as explicações a todas as pessoas que não compreenderam corretamente aquilo que se disse e que se escreveu”.

O último incidente entre pai e filha deu-se no tradicional desfile do 1º de maio deste partido de extrema-direita. Marine Le Pen estava prestes a discursar perante um grupo de apoiantes e militantes quando, sem aviso, o seu pai subiu ao palco e interrompeu o momento. De costas viradas para a filha, e com um sorriso largo na cara, ergueu os braços para o público, que o aplaudiu.

Pouco tempo antes disso, Jean-Marie Le Pen reiterou uma afirmação polémica que fez numa entrevista em 1996, onde disse que as câmaras de gás que a Alemanha nazi usou para matar judeus no Holocausto foram “um mero detalhe em toda a história da Segunda Guerra Mundial”.

Na altura, foi instaurado um processo disciplinar na Frente Nacional contra o seu co-fundador — que redundou na expulsão decidida na quinta-feira.

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