Vários milhares de manifestantes anti-migrantes desfilaram hoje em Varsóvia, Bratislava e Praga, cujos Governos rejeitam as quotas obrigatórias de refugiados defendidas pela Alemanha e apoiadas pela Comissão Europeia.

Concentrações bastantes mais pequenas foram também organizadas nas três capitais pelos apoiantes do acolhimento aos refugiados, numa altura em que o Leste e o Ocidente da Europa se opõem nesta questão.

Em Varsóvia, cerca de 5.000 ativistas anti-migrantes saíram à rua, brandindo cartazes onde se lia “O Islão é a Morte da Europa”, constatou a agência de notícias francesa AFP no local.

Apresentando-se antes de tudo como católicos que se opõem à entrada de muçulmanos, os manifestantes começaram o seu protesto com uma oração à Virgem Maria.

“Estamos aqui para que a nossa voz chegue ao Governo e que a decisão de acolher os muçulmanos seja abandonada”, declarou, a partir da plataforma de um camião, um dos organizadores, perante a multidão que aumentava.

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A Polónia aceitou receber 2.000 refugiados, embora recuse a lógica das quotas.

Os apoiantes do acolhimento de migrantes, reunidos perto da Universidade de Varsóvia, eram cerca de cinco vezes menos numerosos.

“Welcome Refugees”, “A Polónia que pensa”, “Perguntemo-nos ‘como ajudar’ e não ‘se havemos de ajudar'”, lia-se em alguns cartazes.

A polícia polaca recusou-se a fazer uma estimativa do número de participantes nas duas manifestações.

Em Bratislava, cerca de 1.500 pessoas manifestaram-se ao início da tarde contra o acolhimento de migrantes, num protesto convocado pelo movimento anti-islâmico liderado por um militante de extrema-direita, Lukas Kopac, e apoiado pelo partido nacionalista Nossa Eslováquia.

“O multiculturalismo é uma utopia, não abram as fronteiras”, lia-se numa faixa.

“Vocês não são bem-vindos, voltem para casa”, lia-se noutra.

Uma outra manifestação, batizada como “Apelo à Humanidade” e concentrando as pessoas a favor do acolhimento de refugiados, reuniu cerca de 500 participantes na capital eslovaca.

Em Praga, houve também duas manifestações, sendo aquela contra a receção de migrantes bastante maior, com cerca de 800 participantes, segundo a polícia.

“Mandem-nos para casa” e “Protejam as fronteiras”, lia-se nos seus cartazes, enquanto os oradores apelavam ao Governo para se demitir e ao país para sair da União Europeia, à qual aderiu em 2004.

Cerca de 200 apoiantes da abertura das fronteiras aos migrantes, reunidos nas proximidades, empunhavam faixas dando as boas-vindas aos refugiados ou declarando que “A Migração não é um Crime”.