A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou, no sábado, que se registaram três casos de botulismo alimentar este mês em Portugal, um número superior ao de situações registadas em todo o ano de 2013 ou de 2012.

Segundo as autoridades de saúde, na sequência da investigação epidemiológica em curso foi possível determinar que a origem destes casos de doença está associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca “Origem Transmontana”.

“Foi decidido à luz dos princípios da prevenção e precaução, bem como de defesa do consumidor” a retirada imediata dos produtos suspeitos do circuito de comercialização.

As autoridades de saúde decidiram ainda informar a população para que os produtos adquiridos, à base de carne e os queijos, da marca “Origem Transmontana”, não sejam consumidos, dado que estes produtos podem ter sido distribuídos e comercializados em diversos pontos do país, podendo encontrar-se na posse dos consumidores.

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O botulismo alimentar é uma doença grave de evolução aguda, potencialmente mortal, e é desde 1999 de declaração obrigatória em Portugal, tendo-se registado até 2013 menos de uma centena de casos nesses 15 anos.

Segundo dados oficias da DGS, em 2013 registaram-se dois casos de botulismo, o mesmo número também notificado em 2012. Já em 2011 apenas surge uma situação da doença e em 2010 não houve registo de casos. Desde que há registos, o ano de 2000 foi o que mais casos notificados registou, com 31 notificações, que fizeram parte de três surtos, todos associados ao consumo de fumados caseiros.

Um dos surtos foi na região autónoma da Madeira (com 15 casos), outro no distrito do Porto) e o terceiro em Viana do Castelo. Após estes três surtos em 2000, em nenhum ano Portugal registou mais do que uma dezena de casos de botulismo.

O botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sintomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo Clostridium botulinum no próprio alimento.