O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta noite que a União Europeia (UE) não pode “alimentar frentes de ressentimento” nas suas fronteiras, especialmente com potenciais parceiros como a Turquia.

“A UE não pode estar a alimentar frentes de ressentimento ou de conflito latente nas suas fronteiras e muito menos com aqueles que apodem ser os seus parceiros privilegiados”, afirmou Passos Coelho no final de uma cimeira europeia em Bruxelas, que se centrou na crise de refugiados.

Para Passos Coelho, é “natural que Turquia e a UE procurem uma cooperação que é mutuamente vantajosa”.

O chefe do executivo português admitiu que a Turquia procure suscitar “novos capítulos da negociação” da sua eventual entrada para a UE.

“Mas não me parece como uma moeda de troca”, resumiu o primeiro-ministro, que achou natural que as duas partes apresentem o que lhes pode ser vantajoso.

Ainda sobre a crise dos refugiados, Passos Coelho destacou a realização da cimeira de La Valetta, em novembro, e que juntará países europeus e africanos.

O primeiro-ministro relembrou o convite, “fruto da ação de Portugal”, para que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) participe no evento.

“O que abre uma perspetiva bastante interessante de podermos discutir com um contributo português e na língua portuguesa o esforço de cooperação e de diálogo que deve existir entre a UE e África”, disse, em conferência de imprensa.

O primeiro-ministro indicou ainda não ter “confirmação oficial” da recolocação em Portugal na próxima semana de refugiados, provenientes de Itália, como revelaram esta semana fontes comunitárias.

Passos Coelho garantiu, porém, estar a ser feito trabalho para o acolhimento e integração de pessoas.

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