Miguel Carvalho é investigador e professor de engenharia têxtil na Universidade do Minho, mas foi no norte-americano MIT – Massachusetts Institute of Technology que desenvolveu as Fyt Jeans, as calças de ganga que têm como ambição reinventar a indústria têxtil. Porque se se adaptam ao movimento e reduzem a pressão e temperatura quando nos sentamos. Objetivo: eliminar riscos de saúde e aumentar o conforto. 

Depois de ter estado durante cinco anos a desenvolver a tecnologia das Fyt Jeans com o médico Elazer Edelman, diretor de centro de engenharia biomédica do MIT e do centro de ciências da saúde e tecnologia da Harvard Medical School, Miguel Carvalho precisa de 30 mil euros para começar a vendê-las. Nos Estados Unidos e na Europa. E qualquer um pode ajudar a partir de 5 euros – se participar na campanha de crowdfundig (financiamento coletivo) que os empreendedores lançaram no Kickstarter.

Fyt Jeans

O design do modelo masculino e feminino já está patenteado

O montante tem como destino financiar a produção das calças de ganga que prometem ser “confortáveis e sexy”, mesmo quando estamos sentados. E na etiqueta: Made in Portugal. Apesar de a empresa estar sediada em Cambridge, a produção vai ser feita em território nacional. 

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Usamos calças de ganga há mais de um século e elas conseguem ser confortáveis e sexy – mas só se estivermos de pé. Ora, o nosso estilo de vida atual faz-nos estar sentados, em média, mais de nove horas por dia, seja no carro, a comer ou ao computador. E quando não estamos sentados, precisamos de nos mexer, dobrar, baixar. Ao fazê-lo, a maioria dos jeans acumula tensão em pontos de inflexão, como as ancas e os joelhos, o que causa má circulação, fadiga muscular e dor. O formato e volume do nosso corpo mudam com o movimento mas a roupa que usamos não está desenhada para se adaptar”, explica Miguel Carvalho, em comunicado. 

Miguel Carvalho e Elazer Edelman estiveram durante cinco anos nos laboratórios científicos das universidades onde trabalhavam a estudar engenharia têxtil e anatomia. Utilizaram scanners a três dimensões, imagens termográficas e sensores termodinâmicos para medir tensão, pressão e temperatura, com diferentes posições do corpo.

A partir da informação que recolheram, desenvolveram umas calças de ganga que reduzem até 90% a compressão e minimizam a concentração localizada de temperatura e pressão. As patentes para os designs de modelos para homens e mulheres já foram registadas na Europa e nos EUA.

“Só na Europa, cerca de 400 milhões de pares deste ícone da moda são vendidos todos os anos. Cada adulto tem, em média, cinco pares de jeans. As oportunidades são imensas”, afirma Miguel Carvalho. Os fundadores esperam começar a fazer entregas gratuitas na Europa e nos EUA antes do fim do ano.