Um acordo sobre a reunificação de Chipre, a ilha do Mediterrâneo oriental dividida desde 1974, “está ao alcance da mão”, garantiu esta quinta-feira em Nicósia o secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
“Estou mais convencido que nunca de que uma solução para a divisão de chipre está ao alcance da mão”, considerou o chefe da diplomacia de Washington, após os encontros separados mantidos com os dirigentes cipriota grego e cipriota turco.
As esperanças de alcançar finalmente um acordo sobre esta difícil e espinhosa questão aumentaram após os dois líderes da ilha dividida terem retomado em maio as negociações de paz sob a égide da ONU.
“Nos últimos meses tornou-se claro que a situação começou a mudar e que foram registados progressos tangíveis”, afirmou o chefe da diplomacia norte-americana, sublinhando que o seu país permanece “focalizado ao mais alto nível” sobre a questão cipriota.
Durante a sua visita, Kerry reuniu-se com o Presidente da República de Chipre, Nicos Anastasiades, e de seguida com Mustafa Akinci, o dirigente da autoproclamada República turca de Chipre do Norte (RTCN), apenas reconhecida pela Turquia.
Ainda hoje, deverá jantar na residência do emissário da ONU para Chipre, o norueguês Espen Barth Eide, que patrocina as negociações de paz.
A ilha está dividida há mais de 40 anos na sequência na invasão da parte norte pelo Exército turco em julho e em agosto de 1974, em reação a um fracassado golpe de Estado nacionalista que pretendia a unificação com a Grécia, suscitando a inquietação da minoria turcófona do país, independente desde 1960.
Chipre, um dos 28 Estados-membros da União Europeia (UE), está situado nas proximidades do Médio Oriente e a menos de 100 quilómetros das costas do Líbano e de Israel.