Os números comprovam a realidade e 2015 bateu todos os recordes de entradas ilegais de pessoas nos países da União Europeia. A Frontex registou a entrada de 1.550.000 pessoas nos 28 países da UE desde janeiro de 2015 até agora. Só na Grécia terão entrado mais de 715 mil migrantes. Estes números são apresentados na véspera do Conselho Europeu que começa na quinta-feira e de onde se esperam novas medidas para resolver a crise dos refugiados.
De todas estas entradas, de janeiro até agora, 940 mil pessoas pediram asilo nos países da União, ou seja, consideram que têm direito ao estatuto de refugiados, segundo dados do Eurostat. Em 2014 houve 630 mil pedidos e em 2013 houve 435 mil. Entre os pedidos de asilo submetidos entre julho e setembro, 46% das pessoas vinham de países como a Síria, Eritreia ou Iraque, nacionalidades que podem entrar no mecanismo de recolocação de pessoas, que pretende tirar os refugiados de centros em Itália ou Grécia e enviá-los para outros países europeus.
Esta terça-feira, a Comissão revelou que 194 pessoas já foram relocalizadas a partir de Grécia e Itália, com destino a países como a Finlândia, Suécia, Espanha, França e Alemanha. O Ministério da Administração Interna revelou na segunda-feira que Portugal vai acolher 24 refugiados já esta quinta-feira, que vêm de centros de acolhimento da Grécia e Itália. São seis famílias com filhos menores e um bebé, provenientes de países como Eritreia, Sudão, Iraque, Síria e Tunísia e vão ser acolhidos em Lisboa, Cacém, Torres Vedras, Marinha Grande, Penafiel e Vinhais.
Este mecanismo tem sido criticado pela demora em retirar os refugiados dos centros de acolhimento e enviá-los para outros pontos da Europa, onde podem recomeçar as suas vidas. Esta medida deverá abranger 160 mil pessoas, mas nos três primeiros meses de execução, apenas cerca de 200 pessoas conseguiram sair da Grécia e de Itália. Depois de terem sido rejeitadas as quotas, 15 Estados-membros apenas disponibilizaram vagas para 3.827 pessoas.