A Organização Internacional para as Migrações (OIM) anunciou que mais de um milhão de refugiados e migrantes entraram através de meios irregulares na Europa este ano.

Naquele que é o maior fluxo de refugiados no continente desde a Segunda Guerra Mundial, do total de 1.005.054 pessoas a chegar até o dia 21 de dezembro, a grande maioria (816.752) entraram pelo mar na Grécia. No total, o país helénico registou 821 mil pessoas a entrar nas suas fronteiras. Por Itália chegaram 150.317 sendo que os restantes atravessaram as fronteiras através de Espanha, Malta e Chipre (Espanha: 3.845; Malta: 106; Chipre: 269). Pela fronteira entre a Turquia e a Bulgária passaram 34.125 pessoas.

Estes dados representam um fluxo quatro vezes maior do que o registado no ano de 2014. A principal consequência deste aumento é o conflito da Síria visto que a maioria dos refugiados são originários deste país. Há também refugiados do Afeganistão, Iraque e Eritreia.

Em relação às vitimas mortais, a OIM refere que desde sexta-feira morreram mais 20 pessoas no Mediterrâneo o que perfaz o total de 3.692 de refugiados mortos este ano (em 2014 o número de vítimas situou-se nos 400). Nesta contabilização não fazem parte cerca de 30 mortes de migrantes africanos que tentaram entrar na Europa através das Ilhas Canárias.

Por tudo isto, o diretor geral da OIM, William Lacy Swing, diz que “nós sabemos que a imigração é inevitável, necessária e desejável. Mas não é suficiente contar o número daqueles que chegam – ou os cerca de 4 mil dados como desaparecidos ou afogados este ano. Nós temos também de agir. A migração tem que ser legal e segura para todos – quer para os próprios migrantes quer para os países que se vão tornar nas suas novas casas”.

Foi também publicado um comunicado conjunto entre a OIM e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados que garante que uma “resposta europeia mais coordenada está a começar a ganhar forma”. No entanto o mesmo documento refere que “é necessário fazer muito mais para reforçar a capacidade exigida nos pontos de entrada, para permitir o alojamento eficaz e humano, assistência, registo e rastreio de pessoas que chegam todos os dias”.

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