Há dinheiro suficiente na massa falida do Banco Privado Português (BPP) para devolver ao Estado os 450 milhões de euros que foram injetados na instituição que era liderada por João Rendeiro. O Diário Económico falou com Luís Máximo dos Santos, presidente da comissão liquidatária do banco, que acredita que o Estado terá prioridade na hierarquia de credores e, portanto, deverá ser ressarcido.

Os 450 milhões de euros em causa foram, inicialmente, injetados por outros bancos do sistema financeiro português. Mas este processo tinha uma garantia pública que viria a ser executada (pelos bancos) quando o BPP não fez a devolução do empréstimo aos outros bancos. O Estado teve, portanto, de injetar esse valor na instituição. Mas manteve uma categoria de credor preferencial que agora deverá garantir-lhe um reembolso prioritário. Uma decisão judicial sobre esta matéria deverá surgir em breve.

O trabalho que tem sido desenvolvido pela equipa de Luís Máximo dos Santos passa pela identificação e esquematização dos créditos devidos pelo BPP, procurando ao mesmo tempo tornar líquido o ativo existente no banco. O processo ainda não está concluído, mas graças à garantia preferencial, o Estado deverá receber o dinheiro na íntegra, ao contrário do que poderá acontecer com outros credores. É que o banco tem uma massa insolvente de cerca de 700 milhões de euros, que comparam com os 1.600 milhões de euros em créditos do BPP inicialmente estimados – créditos devidos a um conjunto de quase seis mil entidades.

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